quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Dia dos Direitos Animais entra no calendário oficial de Curitiba


Com 25 votos favoráveis, os vereadores de Curitiba aprovaram, nesta terça-feira, que a data de 4 de outubro seja identificada, no calendário oficial da cidade, como Dia Municipal dos Direitos Animais. Os parlamentares debateram a matéria, de iniciativa do vereador Professor Galdino (PSDB), por quase uma hora dentro da sessão plenária (005.00072.2013).

Ao pedir o apoio dos parlamentares à iniciativa, Galdino disse que a humanidade caminha “do antropocentrismo ao biocentrismo”, com o homem deixando de ser o centro das atenções em prol de um “respeito maior à vida como um todo”. “Desde que me tornei vereador, já destinei R$ 1,5 milhão em emendas parlamentares para a Defesa Animal”, discursou o vereador.

“O animal sofre o que nós sofremos. Tem fome, sede, stress, mas não consegue falar. O Dia dos Direitos Animais não será uma mera data, pois será uma oportunidade de conscientização”, afirmou Galdino. Ele citou ações de proteção realizadas em Curitiba após a entrada em vigor da lei municipal 13.908/2011, que combate os maus-tratos a bichos. “Já foram estourados mais de 100 cativeiros”, relatou.

Durante o debate, Galdino foi elogiado por Tito Zeglin (PDT) pela sugestão da data de 4 de outubro. “É o dia de São Francisco de Assis, o patrono dos animais. Podia ter sido qualquer outra data, mas coincidindo com essa, fica muito mais elegante”, declarou o vereador. Zeglin lembrou, inclusive, que é comum, nas igrejas católicas, as pessoas levarem bichos de estimação até as igrejas, nesse dia, “para que eles recebam uma benção, uma proteção”.

Jorge Bernardi (PDT), que antecedeu o autor da matéria na tribuna, foi o primeiro vereador a se declarar favorável à iniciativa durante o debate. “Eu creio na unidade da vida, que começou nesse planeta há bilhões de anos e, durante muito tempo, foi unicelular. Acredito que havia uma força divina no início desse processo de evolução, que culminou, há 600 milhões de anos, na explosão da vida, com o surgimento de seres multicelulares”, disse.

Professor universitário, Bernardi abordou vários aspectos da sociedade em sua exposição, que recebeu diversos apartes dos vereadores. “Chegará um dia em que seremos todos vegetarianos”, ponderou o parlamentar. Dirceu Moreira (PSL) e Helio Wirbiski (PPS) lembraram ao plenário que também destinaram emendas à proteção animal, para ações de castração e microchipagem.

Tico Kuzma (PROS) frisou a nomeação de Paulo Colnaghi para a Rede de Defesa e Proteção Animal de Curitiba. “Ele realizou uma audiência pública recentemente, no Parque Barigui, para discutir as ações do setor. É bom ver que a prefeitura está tentando fazer mais nesse setor”, disse.

A atuação do Executivo chegou a ser questionada no debate por Chico do Uberaba (PMN), que reclamou do “abandono dos animais da cidade”. “Da minha parte, quero elogiar a gestão Gustavo Fruet, pois minhas emendas foram todas pagas”, respondeu Galdino.

Kuzma e Sabino Picolo (DEM) aproveitaram a oportunidade para lembrar de outras medidas aprovadas no Legislativo na área da defesa animal, como a proibição à tração animal em carroças (lei 11.381/2005) e uso de bichos em circos com espetáculos na cidade (lei 12.467/2007). “Todos lembramos que a gralha azul é a ave símbolo do Paraná, mas poucos se lembram que a Câmara aprovou, por iniciativa da ex-vereadora Renata Bueno, uma lei tornando o grimpeiro a ave símbolo de Curitiba (lei 13.544/2010)”, comentou Picolo.

Colpani (PSB) citou outra data aprovada em Curitiba, a Semana de Prevenção e Combate à Depressão, que virou lei em 2013, “mas não teve nenhuma atividade”. “De que adianta criarmos isso e aquilo se o Executivo não promove ações? É para despertar o interesse da imprensa?”, questionou. Em resposta, Valdemir Soares (PRB) sugeriu que os vereadores autores de projetos como esse assumam a tarefa de organizar atividades. “Datas especiais seguirão sendo apresentadas, mas é preciso eventos, incentivar a iniciativa privada”, ponderou.

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