sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Câmara bancará passagens para esposas e maridos de parlamentares

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“O pacote de bondades do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que será bancado com o nosso dinheirinho, terá um impacto anual de R$ 150,3 milhões, nas contas da Casa”
Isabel Braga
No momento em que o governo se esforça para fazer aprovar um ajuste fiscal no Congresso, com redução de benefícios sociais, o novo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cumpriu uma promessa de sua campanha: a aprovação de um pacote de bondade para os 513 deputados com reajustes de verbas parlamentares e a possibilidade de usar dinheiro da cota para pagar passagens para mulheres e maridos de deputados e deputadas. O aumento valerá a partir de primeiro de abril e provocará um impacto anual extra nas contas da Casa de R$ 150,3 milhões.
Em reunião da Mesa Diretora ontem, foram aprovados reajustes de 18,02% na verba para contratação de funcionários não concursados, de 8,72% na verba de custeio do mandato, e de 11,92% no auxílio moradia, Como o aumento só vigora a partir de abril, o impacto é menor, de R$ 112, 7 milhões.
Além dos reajustes nas verbas, Cunha também anunciou a decisão de permitir o pagamento, dentro da cota de custeio do mandato, de passagens para os cônjuges dos deputados. Neste caso, só será permitido a emissão de passagens do estado de origem do deputado até Brasília. Depois da chamada farra das passagens aéreas, em 2009, a Câmara tinha proibido o pagamento de passagens para familiares, permitindo apenas o uso pelo próprio deputado e um assessor, desde que autorizado pela Mesa.
Cunha disse que para cobrir o aumento serão cortadas outras despesas do orçamento da Câmara e não demonstrou constrangimento.
— Eu não acho corporativista. Ninguém está dando aumento, nós só aceitamos a correção inflacionária. Eu não estou aumentando verba, estou corrigindo principalmente o salário dos funcionários de gabinete. As esposas terão direito a passagem, mas dentro da própria cota do deputado — alegou Cunha.

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