Por Carlos Chagas
O país inteiro acompanhou o desempenho do ministro Dias Toffolli na primeira fase do julgamento do mensalão. Não raras vezes ele superou o próprio ministro Ricardo Lewandowski na proteção dos réus, acusado até de advogado deles pelo ministro Joaquim Barbosa. Só que o aprendiz acaba de ultrapassar o mestre.
Dias Toffolli prevê que só em dois anos o Supremo Tribunal Federal concluirá o processo de apreciação dos embargos interpostos pelos condenados. Assim, para ele, continuarão em liberdade por esse prazo todos os que já deveriam estar na cadeia.
Com todo o respeito, mas o comportamento do jovem integrante da mais alta corte nacional de justiça lembra a história daquele camponês condenado à morte que, diante do rei, pediu a suspensão da sentença por dois anos, para poder ensinar o jumento de Sua Majestade a falar. Foi atendido com a moratória. Quando sua mulher indagou se estava doido, pois os jumentos jamais falariam, o sagaz camponês respondeu: “Em dois anos muita coisa pode acontecer. O rei morrer, o jumento também e até eu, de uma doença qualquer. Quem sabe, também, o bicho aprender a falar?”
Em dois anos de protelação da prisão dos réus, certeza mesmo só se tem de que a Justiça terá morrido…
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