ANTONIO VIEIRA
As oposições e, principalmente, os tucanos não aprendem nunca. Os petistas continuam a aplicar, com sucesso, a teoria leninista da dualidade de poder. O ministro Gilberto Carvalho, aliás, já havia dado a senha para o início da festa: “Este ano o bicho vai pegar”. Antes de mais nada, há que se levar essa gente a sério. Quando eles proclamam certos conceitos e análises, não se deve pensar que isso seja tão somente alguma bravata ou conversa fiada.
Eles cumprem um programa de ação com notável coerência, em tudo similar àquela contida no Mein Kampf. Hitler também não enganou ninguém; só aqueles que viram e ouviram e não quiseram ver e ouvir. Lenine, igualmente, não usou nenhuma metáfora para expressar o projeto de dominação totalitária que perseguia e as técnicas necessárias para tal intento. A “dualidade de poder” visa fragilizar a ordem democrática e a ruptura dos valores prevalecentes.
Compreende uma atuação em pinça: de dentro e por cima, num polo, e de baixo e por fora em outro. Manobram e espicaçam massas através do controle de grupos organizados e militantes, ao mesmo tempo em que se aproveitam de espaços de poder ocupados por eles na máquina administrativa pública que favoreçam e validem reivindicações, quaisquer que sejam elas, lícitas ou ilícitas, não importando sua natureza.
Veja-se a situação de Geraldo Alckmin: toma pancada dos dois lados da pinça articulada — governantes petistas e dos envolvidos nas manifestações de rua, que ainda se querem representantes do povo, presumidamente. A lógica é a mesma aplicada com o MST, braço armado do PT na luta política no campo. Nas grandes cidades o papel dos condutores da violência está sendo terceirizado para grupos que orbitam a periferia do petismo, porém ligados financeira e organicamente a ele para lhes dar sustentação e viabilidade prática.
A manobra política do PT só pode ser desarticulada com a crítica explícita do processo. Os tucanos deveriam pedir dona Maria do Rosário emprestada. Esta é do ramo, não se pode negar. Em imediata e instintiva reação, a madame, quando se deu o imbroglio da Bolsa Família, jogou a responsabilidade pra cima das oposições. Não colou, é verdade, mas revelou incrível sensibilidade para a luta política. Agora os craques do PT tentam passar o pau com excrementos para as mãos do governador de São Paulo que, emparedado, fica a lamentar o vandalismo e o desrespeito às regras da convivência democrática da tigrada.
Essa gente está se lixando para isto. Ponto para o setor de agitação e propaganda do PT. Está conseguindo colocar na defensiva um poderoso governador de estado e seu aparelho repressivo. Já utilizaram a mesma tática com as turbulências passadas da turma do PCC, e aquela dos viciados das cracolândias no centro da capital paulista. Estão construindo o discurso para a próxima campanha eleitoral. Não se esqueça do mote: “o bicho vai pegar”. E está pegando.
Há uma saída, no entanto. Não aceitar as regras desse jogo em que o perdedor já está escolhido. Caberia às maiores lideranças das oposições jogar a responsabilidade pelos eventos que estamos observando no colo do regime petista. Politizar a questão no seu sentido mais cru. Dar nome aos bois. Explicitar os fatos e seus fundamentos. Dar uma de Carlinhos Cachoeira e “chamar pra dentro”. Instigá-los para que deixem de lado o silêncio pusilânime aos Aécios, Marinas e outros pretendentes ao governo da república, para mostrar à população o quem é quem, e o que está acontecendo, em linguagem clara, sem enrolação, sem não-me-toques.
Nessas horas é que se constituem as verdadeiras lideranças. Nesses momentos sombrios ninguém se lembra de pedir a Fernando Henrique Cardoso um palavra sobre os acontecimentos; nem aos prolixos, novos e antigos, ministros do STF. A propósito, o Dr. Luis Roberto Barroso bem poderia comentar sua própria dúvida a respeito dos valores constitucionais postos em xeque pelos ditos manifestantes contra o preço das passagens de ônibus.
Em capítulo do livro “Interpretação Constitucional”, organizado por Virgílio Afonso da Silva, reflete ele sobre “qual o bem jurídico de maior valia: se a liberdade de expressão ou a liberdade de ir e vir. Quando será legítima uma manifestação política que paralise o trânsito em uma via pública?”, pergunta. “Se for o comício de encerramento da campanha presidencial do candidato de um partido político nacional, parece razoável. Mas se 20 estudantes secundaristas se deitarem ao longo de uma larga avenida, em protesto contra a qualidade da merenda, seria esta uma manifestação legítima?, indaga com propriedade em flagrante dúvida. (Cf. página 276 da obra supra referida).
Os que se querem alternativa ao petismo, entretanto, ficam apenas no jogo de punhos de renda. Acham que celerados são combatidos na base do R.S.V.P diplomático. Correm o risco de acabarem na vala rasa como Clemenceau.
As oposições e, principalmente, os tucanos não aprendem nunca. Os petistas continuam a aplicar, com sucesso, a teoria leninista da dualidade de poder. O ministro Gilberto Carvalho, aliás, já havia dado a senha para o início da festa: “Este ano o bicho vai pegar”. Antes de mais nada, há que se levar essa gente a sério. Quando eles proclamam certos conceitos e análises, não se deve pensar que isso seja tão somente alguma bravata ou conversa fiada.
Eles cumprem um programa de ação com notável coerência, em tudo similar àquela contida no Mein Kampf. Hitler também não enganou ninguém; só aqueles que viram e ouviram e não quiseram ver e ouvir. Lenine, igualmente, não usou nenhuma metáfora para expressar o projeto de dominação totalitária que perseguia e as técnicas necessárias para tal intento. A “dualidade de poder” visa fragilizar a ordem democrática e a ruptura dos valores prevalecentes.
Compreende uma atuação em pinça: de dentro e por cima, num polo, e de baixo e por fora em outro. Manobram e espicaçam massas através do controle de grupos organizados e militantes, ao mesmo tempo em que se aproveitam de espaços de poder ocupados por eles na máquina administrativa pública que favoreçam e validem reivindicações, quaisquer que sejam elas, lícitas ou ilícitas, não importando sua natureza.
Veja-se a situação de Geraldo Alckmin: toma pancada dos dois lados da pinça articulada — governantes petistas e dos envolvidos nas manifestações de rua, que ainda se querem representantes do povo, presumidamente. A lógica é a mesma aplicada com o MST, braço armado do PT na luta política no campo. Nas grandes cidades o papel dos condutores da violência está sendo terceirizado para grupos que orbitam a periferia do petismo, porém ligados financeira e organicamente a ele para lhes dar sustentação e viabilidade prática.
A manobra política do PT só pode ser desarticulada com a crítica explícita do processo. Os tucanos deveriam pedir dona Maria do Rosário emprestada. Esta é do ramo, não se pode negar. Em imediata e instintiva reação, a madame, quando se deu o imbroglio da Bolsa Família, jogou a responsabilidade pra cima das oposições. Não colou, é verdade, mas revelou incrível sensibilidade para a luta política. Agora os craques do PT tentam passar o pau com excrementos para as mãos do governador de São Paulo que, emparedado, fica a lamentar o vandalismo e o desrespeito às regras da convivência democrática da tigrada.
Essa gente está se lixando para isto. Ponto para o setor de agitação e propaganda do PT. Está conseguindo colocar na defensiva um poderoso governador de estado e seu aparelho repressivo. Já utilizaram a mesma tática com as turbulências passadas da turma do PCC, e aquela dos viciados das cracolândias no centro da capital paulista. Estão construindo o discurso para a próxima campanha eleitoral. Não se esqueça do mote: “o bicho vai pegar”. E está pegando.
Há uma saída, no entanto. Não aceitar as regras desse jogo em que o perdedor já está escolhido. Caberia às maiores lideranças das oposições jogar a responsabilidade pelos eventos que estamos observando no colo do regime petista. Politizar a questão no seu sentido mais cru. Dar nome aos bois. Explicitar os fatos e seus fundamentos. Dar uma de Carlinhos Cachoeira e “chamar pra dentro”. Instigá-los para que deixem de lado o silêncio pusilânime aos Aécios, Marinas e outros pretendentes ao governo da república, para mostrar à população o quem é quem, e o que está acontecendo, em linguagem clara, sem enrolação, sem não-me-toques.
Nessas horas é que se constituem as verdadeiras lideranças. Nesses momentos sombrios ninguém se lembra de pedir a Fernando Henrique Cardoso um palavra sobre os acontecimentos; nem aos prolixos, novos e antigos, ministros do STF. A propósito, o Dr. Luis Roberto Barroso bem poderia comentar sua própria dúvida a respeito dos valores constitucionais postos em xeque pelos ditos manifestantes contra o preço das passagens de ônibus.
Em capítulo do livro “Interpretação Constitucional”, organizado por Virgílio Afonso da Silva, reflete ele sobre “qual o bem jurídico de maior valia: se a liberdade de expressão ou a liberdade de ir e vir. Quando será legítima uma manifestação política que paralise o trânsito em uma via pública?”, pergunta. “Se for o comício de encerramento da campanha presidencial do candidato de um partido político nacional, parece razoável. Mas se 20 estudantes secundaristas se deitarem ao longo de uma larga avenida, em protesto contra a qualidade da merenda, seria esta uma manifestação legítima?, indaga com propriedade em flagrante dúvida. (Cf. página 276 da obra supra referida).
Os que se querem alternativa ao petismo, entretanto, ficam apenas no jogo de punhos de renda. Acham que celerados são combatidos na base do R.S.V.P diplomático. Correm o risco de acabarem na vala rasa como Clemenceau.
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