sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Bancos lideram em lucros e rotatividade de funcionários

No primeiro semestre de 2010 foram criados 9.048 novos postos de trabalho nas agências bancárias do Brasil. Mas, atrás das contratações, se esconde um grave problema enfrentado pelos bancários: o aumento da rotatividade na categoria. Só para se ter uma ideia do alto número de demissões no setor, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioecônomicos) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), 18.261 trabalhadores foram despedidos em 2010.
Os salários dos novos contratados são reduzidos em 38%. Eles ganham cerca de R$ 2.2 mil. Já os trabalhadores despedidos ganhavam em média R$ 3.5 mil. Para o secretário de imprensa da Contraf, Ademir Wiederkehr, a queda da massa salarial dos bancários é o principal objetivo dos bancos ao optarem pela alta rotatividade nas agências.
“Nós percebemos que a maioria das demissões são sem justa causa, [porque] hoje os bancários são muito cobrados pelas metas para vendas de produtos. Metas que nós qualificamos como abusivas, que estão mudando o ritmo de trabalho, adoecendo a categoria.”
Os cinco maiores bancos no Brasil lucraram R$ 21 bilhões no primeiro semestre, o maior valor entre todos os ramos da economia. Apesar disso, foram responsáveis por apenas 0,61% dos quase 1,5 milhões de novos empregos gerados no país neste período.
Nunca antes nesse país, como diria Lula, os banqueiros lucraram tanto.
De acordo com matéria do Correio Braziliense, a partir de dados consolidados do próprio Banco Central, as 100 maiores instituições financeiras do país acumularam lucros de R$ 127,8 bilhões entre 2003 e 2009, os sete anos de governo Lula. Nem mesmo a crise econômica que balançou o planeta impediu os lucros do setor. Ao contrário, o setor foi um dos poucos que passaram incólumes e ainda aumentaram seus lucros.
São lucros vindos das taxas abusivas, dos salários arrochados dos bancários e dos juros cobrados aos correntistas, que podem chegar a 13% ao mês no cheque especial. Só para efeito de comparação, a caderneta de poupança rende 0,5% ao mês. Tudo isso embalado numa política econômica do governo Lula que tem nos bancos seus principais privilegiados. Com a chegada da crise no país, no final de 2008, a primeira medida que o governo tomou foi a liberação do compulsório, os recursos que todo o banco é obrigado a depositar no Banco Central a fim de constituir um fundo de segurança em caso de quebra.

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