quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Secretaria da Saúde alerta para perigos da leptospirose

Curitiba registrou 113 casos de leptospirose no Município com 13 óbitos no ano passado. A doença é transmitida por uma bactéria presente na urina de rato e embora seja mais frequente com as chuvas, é importante que a população fique atenta aos riscos constantemente.
“Toda sociedade deve se envolver na questão da leptospirose, pois ela é uma doença que não atinge pessoas só da periferia. Uma das causas está nos centros das cidades, no lixo reciclável que a comunidade não lava antes de jogar fora e atrai ratos. Além disso, trabalhadores da construção civil, pessoas que trabalham com reciclagem e moradores de áreas de risco de enchentes acabam sendo mais expostos a contaminação”, explica Juliane Oliveira, diretora do departamento de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde.
Os três primeiros meses do ano são nos quais se concentram a maior parte dos casos. Só no ano passado foram 64 casos confirmados e oito óbitos por isso a população deve ficar atenta. Os principais sintomas da leptospirose são febre repentina, comumente acompanhada de dores de cabeça e músculos e icterícia (pele amarelada). “Os sintomas são confundidos com gripes e outras doenças, por isso é importante procurar o quanto antes a unidade básica de saúde mais perto da sua casa e informar o contato com ratos e o local em que trabalha. Se detectada e tratada precocemente, a doença é fácil de ser curada”, ressalta Juliane.
Precauções
Em caso de enchente, andar calçado, não entrar em contato com água suja e inutilizar os alimentos contaminados são as principais precauções para evitar a proliferação da doença. Essas informações são sempre repassadas à população que vive em área de risco pelas equipes das unidades de saúde e agentes de zoonoses.
Se for inevitável o contato com a água suja é fundamental a utilização de botas e luvas longas que podem ser improvisadas com sacos plásticos fixados ao corpo. Também é importante não beber a água contaminada nem levar a mão molhada à boca ou aos olhos. Com isso, evita-se que a bactéria penetre por lesões, mesmo que imperceptíveis, existentes na pele ou nas mucosas. Isso porque o agente infeccioso é eliminado com a urina do rato, que se mistura à água do rio e se dissemina com facilidade.
Além disso, no dia a dia é importante adotar medidas para evitar a presença de roedores em casa mantendo os alimentos guardados em recipientes bem fechados e à prova de roedores (latas de vidro, alumínio), manter a cozinha limpa sem restos de alimentos, retirar as sobras de comida ou ração de animais domésticos antes do anoitecer e manter limpos os vasilhames. Também é fundamental manter a limpeza dos terrenos e as margens de córregos limpos e capinados e não jogar lixo nestes locais, evitar entulhos e acúmulo de objetos nos quintais, como telhas, madeiras e materiais de construção, pois servirão de abrigo ao roedor.
Risco
Os moradores das áreas de risco são constantemente informados sobre a importância da limpeza da casa e da caixa d’água com hipoclorito de sódio ou água sanitária.
No trabalho de rotina, 15 técnicos visitam até 6 mil imóveis por mês. Cada residência é inspecionada três meses num período de 20 dias. O objetivo é avaliar a ação de controle de roedores.
Saiba mais sobre leptospirose
>> É uma doença infecciosa febril de início abrupto e que se caracteriza por ser um problema de saúde pública não só no Brasil, mas também em outros países tropicais;
>> Transmitida pela bactéria Leptospira, eliminada com a urina dos roedores. Também pode contaminar cães que, além de funcionarem como reservatório do agente infeccioso, podem adoecer e morrer por causa dele;
>> O período de incubação varia de um a 30 dias, sendo mais frequente o início dos sintomas ocorrer entre o 5º e o 14º dia;
>> Os sintomas clássicos são a febre repentina, comumente acompanhada de dores de cabeça e nos músculos (inclusive na panturrilha ou “batata da perna”), icterícia (pele amarelada);
>> A pessoa que apresentar esses sintomas deve procurar o serviço de saúde mais próximo o mais rápido possível;
>> O tratamento pode ser ambulatorial à base de medicamentos e acompanhamento diário para os casos leves. Nos casos graves, requer internamento hospitalar;
>> Os óbitos estão associados a alterações respiratórias, insuficiência renal e hemorragias

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