terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Entregues em outubro, imóveis do Minha Casa, Minha Vida na BA têm rachaduras


Mário Bittencourt
Do UOL, em Vitória da Conquista (BA)

Entregues em outubro, imóveis do Minha Casa, Minha Vida apresentam rachaduras8 fotos

As rachaduras são o problema mais frequente nos imóveis do condomínio Campo Verde, em Vitória da Conquista, no interior da Bahia, entregues em outubro pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Elas costumam aparecer nas paredes com janelas e portas, nos tetos, na beira de escadas e no banheiro. Nas várias casas visitadas pelo UOL há infiltrações no azulejo.
 
 Mário Bittencourt/UOL
 
Entregues em outubro de 2013, imóveis do condomínio Campo Verde, do Minha Casa, Minha Vida, feitos numa área de alagamento aterrada, em Vitória da Conquista (BA), começaram a rachar.
O problema se soma ao de casas de outros condomínios do programa na cidade, inclusive o que foi entregue pela presidente Dilma Rousseff (PT), onde até seguranças já foram colocados para impedir invasões de imóveis vazios.

A situação pior, no Campo Verde, é a da casa do prestador de serviços do Governo do Estado, Marcelo Conceição, 30. O imóvel dele, de um andar, rachou de cima até embaixo.
"E isso aconteceu depois de um mês que foi entregue, vinha tentando fazer com que eles consertassem e só vieram agora", disse Conceição, se referindo aos reparos feitos esta semana nas rachaduras.
Pelo condomínio Campo Verde, construído numa área de alagamento que foi aterrada pela prefeitura local, dá para se notar diversas casas com o mesmo problema do imóvel de Marcelo Conceição.
As rachaduras aparecem com mais frequência nas paredes com janelas e portas, nos tetos, na beira de escadas e no banheiro, onde, em várias casas visitadas por UOL, há infiltrações no azulejo.
Os moradores reclamam também de serviços mal feitos, como a falta de massa corrida nas paredes, onde dá para se notar que foram pintadas diretamente por cima do reboco, com restos de cimento.
Há também banheiro de casa feita para pessoas com necessidades especiais que não têm corrimão de apoio no banheiro. Ao todo, foram entregues 992 casas.

Reboco caindo

No banheiro do imóvel de Daiane Cardoso Almeida, 24, o reboco da parece abaixo da pia está caindo. "O pessoal da construtora já veio aqui, mexeram no banheiro, mas não resolveu nada", ela afirmou.
Providências também são esperadas pelo casal Alessandro Oliveira Cardoso, 32, e Rejane Maria do Amaral Cardoso, 33. A escada da casa deles está com degraus soltos e prestes a desabar.
"Poderiam ter feito essas casas numa área melhor, ter recebido a casa foi bom, mas nessas condições que estamos fica muito complicado dizer que estamos felizes por ter recebido o imóvel, pois estes problemas põe em risco a nossa vida e a dos nossos filhos", disse Alessandro.
"Eu acho que deveria tirar a gente daqui, colocar em outro lugar e fazer direito o serviço, pois desse jeito está muito ruim e perigoso", comentou Rejane.
No condomínio ainda não há uma associação de moradores formal, por enquanto quem assumiu a função de reivindicar soluções para os problemas no Campo Verde foram as donas de casa Luzinete da Silva, 30, e Patrícia Guimarães Feitosa, 34.
"Todas as casas estão com algum tipo de problema, seja no acabamento, que foi muito mal feito, ou por questão de infiltrações, rachaduras, entupimentos de esgoto, etc.", disse Luzinete.
"Parece que foi tudo feito nas pressas para entregar logo", declarou Patrícia.

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