terça-feira, 15 de setembro de 2015

Tudo errado. De novo


Mary Zaidan

“Em cada sanduíche, uma contribuição para tapar o buraco”.
Parece coisa da oposição. Mas a frase é do ministro da Fazenda Joaquim Levy, dita ao anunciar a decisão do governo de recriar a CPMF.
Como não poderia deixar de ser, Dilma fez tudo tudo errado. De novo. Por incompetência? Má-fé? Soberba? Tudo isso junto? A saber:
1. O corte mesmo é bem pequenininho. Quase coisa alguma perto do tanto que se quer cobrar a mais de impostos dos brasileiros.
2. PAC e Minha Casa são rubricas de investimento, promessas que não serão mais realizadas, assim como não estão sendo neste ano.
3. Reajuste de servidores é adiamento, não é corte.
4. Se redução de ministérios e DAS renderão míseros R$ 400 milhões, só serão cortadas aparas. O valor é fichinha perto da roubalheira confessa de um único operador do escândalo da Petrobras.
5. E ninguém disse quais pastas e quais cargos serão cortados.
6. Os cortes somariam R$ 26,1 bilhões, R$ 4,4 bilhões a menos do déficit de R$ 30,5 bilhões do Orçamento 2016 que Dilma enviou ao Congresso. Então, para quê mais R$ 30 bilhões de CPMF? Ou buraco é bem maior e a tal transparência era papo para boi dormir ou querem um novo cheque em branco.
7. Ou seja, se era possível apresentar um plano com déficit de apenas R$ 4,4 bilhões, algo que poderia ser compensado, por exemplo, com mais IR sobre ganhos de capital, porque enviar ao Congresso orçamento arrombado?
8. Por fim, por quais motivos Dilma adiou medidas que evitariam o rebaixamento do Brasil pela S & P?

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