quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Sobrinho de Lula é suspeito de tráfico de influência no BNDES


CPI do BNDES convoca sobrinho de Lula e Eike Batista

Diário do Poder
Taiguara Rodrigues é proprietário da empresa de engenharia Exergia Brasil, contratada pela Odebrecht para trabalhar na obra de modernização da hidrelétrica de Cambambe, em Angola (Foto: Reprodução)
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES rejeitou nesta quarta-feira, 9, a convocação dos irmãos Wesley Batista e Joesley Batista, principais acionistas da JBS, mas aprovou as convocações de um sobrinho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o empresário Eike Batista, do grupo EBX.
Taiguara Rodrigues, sobrinho da primeira mulher do ex-presidente, é proprietário da empresa de engenharia Exergia Brasil, contratada pela Odebrecht para trabalhar na obra de ampliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe, em Angola.
A convocação de Taiguara Rodrigues gerou confusão no plenário e os deputados governistas solicitaram votação nominal para o requerimento que convoca o filho de Jacinto Ribeiro dos Santos, o Lambari, irmão da primeira mulher do ex-presidente Lula. O presidente da CPI, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM) não acatou e manteve a convocação do sobrinho de Lula.
Já em relação aos acionistas da JBS, em votação nominal, o requerimento foi rejeitado com 15 votos contrários e apenas 9 a favor. A empresa foi uma das maiores financiadoras de campanha na última eleição e recebeu investimentos do BNDES. Dos 27 deputados membros da comissão, 20 receberam doação da JBS na última eleição.
Entre os requerimentos na pauta da CPI, três solicitavam a convocação dos irmãos. O deputado Bebeto (PSB-BA), autor de um requerimento com teor semelhante, solicitou que a votação fosse feita nominalmente.
Em defesa do seu requerimento e pedindo a convocação dos Batista, o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) afirmou que, até agora, a CPI só ouviu propaganda institucional do BNDES. Mais cedo, antes do início da sessão, Jordy afirmou que acreditava na aprovação do requerimento.
Os deputados que votaram contra a convocação dos acionistas da JBS foram: Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), André Moura (PSC-SE), Carlos Zarattini (PT-SP), Covatti Filho (PP-RS), Davidson Magalhães (PCdoB-BA), Del. Edson Moreira (PTN-MG), Diego Andrade (PSD-MG), Edio Lopes (PMDB-RR), Fabio Reis (PMDB-SE), Marcelo Squassoni (PRB-SP), Paulo Magalhães (PSD-BA), Daniel Vilela (PMDB-GO), Mauro Pereira (PMDB-RS), Paulão (PT-AL) e Reginaldo Lopes (PT-MG).
Os deputados que votaram a favor da convocação dos irmãos Batista foram: Bebeto (PSB-BA), Betinho Gomes (PSDB-PE), Carlos Melles (DEM-MG), Cristiane Brasil (PTB-RJ), José Rocha (PR-BA), Miguel Haddad (PSDB-SP), Heuler Cruvinel (PSD-GO), João Gualberto (PSDB-BA) e Arnaldo Jordy (PPS-PA).
A CPI aprovou ainda a convocação de Ivan Ramalho, secretário executivo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e presidente do Comitê de Financiamento e Garantia às Exportações e do Conselho de Administração do BNDES; de Wilson Zanatta, fundador da empresa LBR Lácteos, e de Dalton Avancini, ex-diretor-presidente da Camargo Corrêa e delator da Lava Jato, para que prestem depoimentos na CPI. (AE

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