quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

“Pátria Educadora” é só mais um escárnio gerado pelo cruzamento da cabeça baldia de Lula com o neurônio solitário de Dilma


Augusto Nunes

O ex-presidente Lula menospreza o estudo, odeia leitura e não sabe escrever. Acha que acumulação de conhecimentos é coisa de granfino desocupado e nunca foi além da orelha de um livro. Quatro manuscritos rabiscados em 60 anos informam que, submetido a uma prova de redação do Enem, entraria para a história universal da ignorância como detentor da primeira nota abaixo de zero. Em nações civilizadas, estaria matriculado num curso de alfabetização de adultos. Como isto aqui é o Brasil, o Exterminador do Plural virou Pai da Pátria Educadora.
Enquanto coleciona títulos de doutor honoris causa, o torturador de vogais e consoantes já assinou dois prefácios, dezenas de artigos para jornais e o Acordo da Reforma Ortográfica. Mas vive escorregando em escolhas que desnudam o farsante. Os olhos orientados por uma cabeça baldia, por exemplo, viram em Dilma Rousseff uma sucessora à altura do maior dos governantes desde Tomé de Souza. Por enxergar uma superexecutiva em quem nunca passou de nulidade sem cura, instalou no gabinete presidencial um poste de terninho.
A sumidade em questões energéticas confunde fusível com fuzil. Não lembra o título nem o nome do autor do livro que jura estar lendo (e adorando). Exprime-se num dialeto indecifrável para quem só compreende português. Como o repertório vocabular não chega a mil palavras, platitudes de jardim de infância e frases sem pé nem cabeça reprisam a cada duas linhas expressões já grisalhas. “No que se refere” é a que puxa a fila. Para Dilma, qualquer irrelevância é “muito importante”. E toda opinião divergente consegue deixá-la “estarrecida”.
Esses defeitos de fabricação são amplamente compensados pelo título honorífico de matar Cristina Kirchner de  inveja : Mãe da Pátria Educadora. Essa condecoração intangível lhe permite caprichar na pose de melhor da classe para falar sobre rigorosamente tudo sem nada dizer de aproveitável. Seu problema é o mesmo que acossa o padrinho: também a afilhada trai nas escolhas o formidável despreparo. Os olhos obedientes ao neurônio solitário, por exemplo, enxergaram em Cid Gomes o gênio da raça nascido para dar um jeito no sistema de ensino público em avançado estágio de decomposição.
O novo ministro da Educação tem tanta intimidade com o assunto quanto Lula com o grego antigo e Dilma com a física quântica. Até agora, sua mais profunda dissertação sobre ensino público é a que aparece no vídeo abaixo, gravado em 2011. Em menos de 40 segundos, o então governador do Ceará amparou-se numa tese tão inventiva quanto imbecil para justificar a rejeição do reajuste salarial reivindicado por professores da rede estadua. Confira:
“Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado. É uma opinião minha que governador, prefeito, presidente,deputado, senador, vereador, médico, professor, policial devem entrar… ter como motivação para estar na vida pública amor, espírito público. Quem tá atrás de riqueza… de… de…de dinheiro deve procurar outro setor, não a vida pública”. 
Nascido numa família de políticos, desde a primeira fralda Cid é sustentado por quem paga imposto. Jamais devolveu um tostão da fortuna que juntou servindo à nação como deputado, prefeito e governador. No comando da capitania do Ceará, transformou os cearenses em financiadores do passeio de jatinho na Europa em companhia de parentes ─ sogra incluída ─, assessores e amigos. Logo estará sobrevoando os céus do Brasil como passageiro da FABTur. Mas faz de conta que aceitou a vaga no primeiro escalão por amor e espírito público. Haja cinismo.
A Pátria Educadora abriga mais de 13 milhões de analfabetos ─ um oceano de gente que impõe ao Brasil um desolador 8° lugar no ranking da ONU que mede a taxa de analfabetismo em 150 países. Outros 30 milhões não sabem escrever muito mais que o próprio nome. Metade dos alunos das universidades federais é desprovida de raciocínio lógico. Os alunos do 1° grau aprendem que falar errado está certo. Na prova de Redação do Enem, 500 mil estudantes foram estigmatizados com a nota zero. Fora o resto.
Promovido a gerente de um sistema educacional em frangalhos, o ministro engoliu sem engasgos o corte de verbas decretado pela chefe quando ainda tentava decorar o ramal da secretária. Logo terá provado que, no criadouro de poderosos idiotas, o que está péssimo sempre pode piorar. Tudo somado, fica evidente que “Pátria Educadora”, a mais recente tapeação da grife João Santana, não é slogan, nem lema, muito menos bandeira desfraldada pelo novo governo.
É só mais um escárnio gerado pelo cruzamento de uma cabeça baldia com um neurônio solitário.

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