terça-feira, 12 de agosto de 2014

O Brasil de Dilma e Lula

Alberto Goldman

Dilma vai mal
Em Guarulhos, cidade administrada há muito tempo pelo PT, Dilma aparece com 27% nas intenções de voto. Aécio tem 19%, Eduardo Campos tem 7% e o pastor Everaldo 5%. A rejeição da Dilma é 47%, do Aécio é 10%, do Eduardo 6% e do pastor 8%. Dilma vai perder ainda no primeiro turno. No segundo, de lavada. Por isso o foco dela na campanha é o Estado de São Paulo. Tarde demais. No nosso Estado ela não engana mais.

Até o Governador do Piauí reclama
O Governador do Piauí, Zé Filho, do PMDB, diz que está sofrendo retaliação do governo federal “só porque estou votando nesse Aécio”. Só por isso, Governador? É novidade? Eles sempre foram assim mesmo.

A CPI da Petrobrás. Culpa no cartório
A oposição não participa da CPI do Senado sobre os escândalos na Petrobrás. Ainda assim o Palácio do Planalto e os gabinetes das lideranças do PT na Câmara e no Senado prepararam perguntas – e fizeram um treinamento – para serem respondidas, decoradinhas, pelos inquiridos envolvidos. Haja culpa no cartório…

E vai mal…
A estatal Petrobrás se comprometeu a comprar pelo menos 55% dos equipamentos e serviços no Brasil, mas a indústria só consegue entregar 15%. Com isso a produção não deslancha e somos obrigados a adquirir combustíveis no exterior. Lembram-se do Lula com as festas sobre a autossuficiência do Brasil na produção de petróleo?

IBOPE da semana a nível nacional
A diferença no primeiro turno entre Dilma e Aécio que era 16 pontos passou a 15 pontos. No segundo turno a diferença era de 8 pontos e agora passou a 6. Relativa estabilidade mas com viés de continuidade na queda da diferença. A ressaltar que do primeiro ao segundo turno Dilma ganha apenas 4 pontos, Aécio ganha 13 pontos. A brutal rejeição que ela tem não permite que cresça muito entre um turno e outro. Mas o jogo vai começar, de fato, agora, com os candidatos na TV. Veremos quais vão ser as inflexões que, provavelmente, ocorrerão.

PT o partido da ordem
Padilha – para quem não sabe é o candidato do PT a Governador do Estado – acusa o governo atual de SP de leniência com o vandalismo e a danificação do patrimônio. Não soa estranho para qualquer um que acompanha a vida desse partido desde o seu nascedouro? Padilha não tem o senso do ridículo?

Dilma e seu governo enrolados no TCU
O TCU decidiu bloquear os bens dos diretores da Petrobrás que foram responsáveis pela operação de compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Mas os conselheiros do Tribunal de Contas esqueceram de arrolar também a atual presidente da empresa, a Graça Foster, que na época era diretora da estatal. Por que esqueceram, ninguém sabe. Mas agora foram lembrados dessa lacuna. E tentam preenche-la. Vai daí que o governo vem fazendo de tudo para empurrar a decisão para depois, quem sabe após as eleições, inclusive ansiando pela aposentadoria do relator José Jorge que se aposenta compulsoriamente em novembro. Até o advogado geral da União, Luís Inácio Adams, entrou na parada. Ele que, em tese, nada tem a ver com a Petrobrás que tem seu próprio corpo de advogados. Mas a Dilma mandou, lá vai ele.

O trenzinho da Dilma
O trem bala continua na lista de prioridades do governo federal, faz parte do PAC, mas continua na gaveta. É a obsessão dessa tola presidente que já gastou mais de 30 milhões de reais só em estudos, cuja construção se prevê que custará 60 bilhões de reais para transportar alguns milhares de passageiros da elite branca – como ela gosta de citar – recursos esses que dariam para duplicar a rede de Metrô de São Paulo e do Rio de Janeiro, atendendo diariamente milhões de brasileiros, brancos e coloridos.

O Ministro do Desenvolvimento confessa
O nome dele é Mauro Borges. Não é um pessimista, conforme a presidente tacha os que se lhe opõe. É seu ministro. Diz que a indústria brasileira está envelhecida ( 17 anos em média ) e aponta que os países mais diretamente concorrentes do Brasil contam com indústrias de 7 a 8 anos, na média. Na comparação com os Estados Unidos, diz que a produtividade brasileira é apenas 20% da produtividade da indústria americana. Ainda existe alguém com inteligência e honestidade no reino da Dilma. Mas ela não vê, nem ouve. Só fala.

Governo parado
Em 2012, Dilma lançou um pacote de concessões prevendo a injeção de R$ 80 bilhões na economia no prazo de cinco anos, iniciando por rodovias e ferrovias. O início demorou e apenas seis lotes rodoviários e dois aeroportos foram concedidos. De ferrovias, nada. Portos idem. Neste ano prevê-se o investimento de um pouco mais de 2 bilhões de reais. É muito pouco. Só discurso.

Os aloprados tentam sustentar o projeto de poder permanente do PT
Os aloprados não estão em falta nesse governo. Não é para menos. O candidato a governador de São Paulo em 2006, Aloisio Mercadante, é ministro chefe da Casa Civil. O então presidente do partido, Ricardo Berzoini, é ministro encarregado da ação política. Os dois foram os cabeças da operação mal sucedida, cujas malas de dinheiro para comprar um dossiê fajuto foram pegas com funcionários petistas em um hotel, para tentar comprometer Serra com atos desonestos no Ministério da Saúde. Lula ficou tão irritado, não com a operação em si, mas com o insucesso dela, que deu aos malandros o nome de aloprados. Mas eles não desistem. O recurso a métodos imorais é o mesmo. Agora fazem alterações nos perfis de jornalistas na internet a partir de computadores do Palácio do Planalto; desmoralizaram a CPI da Petrobrás no Senado articulando as perguntas e respostas a serem dadas na CPI; elaboram listas negras de jornalistas a serem acompanhados por serem tidos como da oposição. Podemos imaginar o que vem por aí, a partir do início dos programas de propaganda eleitoral. E a Dilma declara, sem enrubescer, que a alteração de perfis na internet é “inadmissível”. Quem vai liderar as investigações? O próprio chefe da Casa Civil, o aloprado-mor.

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