domingo, 22 de setembro de 2013

Depois de 301 dias de mudez malandra, nada mudou: Rose foi e é coisa de Lula


Charge: Boopo
Lula ultrapassou a barreira dos 300 dias de silêncio sobre o caso de polícia que protagonizou ao lado da segunda dama Rosemary Noronha. Faltam pouco mais de 60 para o recorde vergonhoso: um ano inteiro de mudez malandra. A razão da fuga é evidente: depois de escapar de tantos escândalos, o ex-presidente enfim se meteu numa bandalheira que não pode ser terceirizada nem assumida por algum devoto. Desta vez, a patifaria é pessoal e intransferível. Rose foi, é e sempre será coisa de Lula. Ponto.
Por falta de álibis a recitar, é provável que o artista da chanchada pornopolítica tente continuar calado até o fim dos tempos. Foi ele quem alojou uma delinquente de estimação no escritório paulista da Presidência. Foi ele quem infiltrou na diretoria de agências reguladoras parceiros de quadrilha indicados por Rose. Como não tem o que dizer, o jeito é fazer de conta que não conhece nem de vista a Primeiríssima Amiga. E não decorou sequer o prenome dos meliantes que apadrinhou.
Quase um ano depois da dolorosa separação provocada pela Polícia Federal, Rose continua sumida. Nunca falou em público sobre as pilantragens que lhe custaram o emprego e a poltrona cativa no AeroLula, fora o resto. Orientada pelo batalhão de advogados mobilizado pelo benfeitor, só fala quando convocada para depor pela Polícia Federal ou pelo Ministério Público.
Até agora, os investigadores e os promotores de Justiça não revelaram o que ouviram. O país que presta quer saber até quando os encarregados de fazer justiça seguirão engajados na conspiração do silêncio. Quer saber o que Rose já confessou, quanto a quadrilha roubou, que fim levou o dinheiro, como andam os processos e o que virá por aí. O país quer saber, sobretudo, o que esperam os homens da lei para intimar o ex-presidente e forçá-lo a recuperar a voz.
Lula não é inimputável. Já que não conversa sobre o assunto com jornalistas, que seja obrigado a abrir o bico em delegacia e tribunais. 

Augusto Nunes

Nenhum comentário:

Postar um comentário