quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Gaeco denuncia vereador e mais 5 pessoas por desvio de R$ 8,1 milhões no Sindimoc

Via Gazeta do Povo

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR), denunciou à Justiça estadual seis pessoas por formação de quadrilha, acusadas de desviar R$ 8,1 milhões do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) entre 2006 e 2010. Um dos acusados é o vereador de Curitiba, Denilson Pires da Silva (DEM), que foi presidente do sindicato por 12 anos. Ao todo, nove pessoas são acusadas pelo MP, cinco delas por falso testemunho.
Segundo a denúncia, ex-diretores e funcionários do Sindimoc organizaram-se para desviar dinheiro do sindicato. Uma auditoria realizada pelos promotores comprovaria a retirada ilegal de dinheiro arrecadado junto aos trabalhadores do transporte coletivo de Curitiba e região. Para o Gaeco, o grupo teria usado o dinheiro para “despesas com manutenção e abastecimento de veículos particulares, em lojas de conveniência – com notas fiscais inexistentes -, assessoria jurídica, cirurgia particular, despesas com alimentação (sem comprovação), pagamentos de contas pessoais e adiantamentos, além da não contabilização de receitas”, diz uma nota da assessoria de imprensa divulgada na quarta-feira (18).
Para os promotores, os desvios de dinheiro aconteceram até agosto de 2010, quando Denílson Pires da Silva, Valdenir Dielle Dias, Valdecir Bolete e Márcio Ramos foram presos durante a operação Waterfront, do Gaeco, sobre o caso. Na época, eles chegaram a ficar cinco dias detidos enquanto durou o pedido de prisão temporária.
O vereador, o advogado do Sindimoc, Valdenir Dielle Dias, o ex-diretor financeiro, Valdecir Bolete, a então tesoureira, Ana Ilibia Grein, o funcionário da sede social, Marcio Ramos, e o primeiro secretário e diretor, João Carlos da Rosa, foram acusados de formação de quadrilha. Os quatro primeiros também deverão responder por peculato. Marcio Ramos e João Carlos da Rosa, além de Pedro Paulo de Macedo da Costa Lino – que era chefe de gabinete de Denílson Pires da Silva -, Nereide de Fátima Butinhoni, assessora do ex-presidente, e o cartorário Denis Kadri Jorge foram denunciados por falso testemunho.

Consciência tranquila

O vereador e ex-presidente do Sindimoc, Denilson Pires, disse que não está preocupado com a oferta de denúncia pelo MP à Justiça. Segundo ele, agora ele terá a chance de defender-se das acusações, o que não teria sido possível durante a investigação do Gaeco. “Eu tenho consciência tranquila. Agora é o momento de entrar com nossa defesa porque até agora não tivemos como nos defender. Vamos provar nossa inocência”, afirmou o legislador. “O sindicato funcionava em uma casinha alugada quando essa gestão entrou, e entregamos com mais de R$ 13 milhões de patrimônio e sem dívidas”, ressaltou.
Pires acredita que o episódio pode ter reflexo na sua carreira política, já que este ano acontecem as eleições municipais e ele confirmou que será novamente candidato a uma das 38 cadeiras da Câmara de Vereadores de Curitiba. “Pretendo me candidatar novamente. Acho que (a denúncia) pode me prejudicar, mas vou procurar provar minha inocência antes das eleições, para evitar que me prejudique”, declarou.

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