sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Uma história sobre a Bolsa Família, uma reflexão, um posicionamento

Quando criança, meus irmãos e eu víamos nosso pai, sempre, de uma maneira ou outra, ajudando pessoas carentes e necessitadas, por estarem passando por dificuldades ou desempregadas .  Nosso pai nunca se recusou em ajudar e socorrer, todos aqueles que a ele recorriam. Mas, nosso pai também, adotava uma postura em relação a essas pessoas.
Primeiro, oferecia o alimento para saciar a fome e depois oferecia um emprego, como seu ajudante no trato de nosso quintal, jardim e animais domésticos, Muitas foram as pessoas, que aproveitaram aquela oportunidade e começaram a trabalhar com nosso pai, lá em casa. Mas, tinha um pequeno diferencial, caso tivessem filhos em idade escolar, essas pessoas tinham que matricular seus filhos, trazer o comprovante de matrícula e nós, seus três filhos fazíamos o acompanhamento do rendimento escolar das crianças. Os filhos dos ajudantes de meu pai, recebiam material escolar e uniforme, das mãos de meu pai. E assim, essas pessoas e seus familiares, com o passar do tempo foram se encaminhando na vida, com dignidade.
Alguns desses ajudantes eram jovens com idade entre 10 e 14 anos, que levados pela necessidade de seus familiares precisavam, muitas  vezes mendigar por alimentos ou dinheiro.
Vários foram os jovens, que aceitaram  convite de nosso pai, para ajudá-lo nas tarefas diárias da chácara onde vivíamos. Mas, existia uma condição: estar matriculado na escola. Funcionava assim: pela manhã iam ao grupo escolar e depois na saída, almoçavam conosco, faziam as tarefas escolares acompanhados  da nossa supervisão e depois iam para seus afazeres. Quando terminava o dia, antes de irem para casa, lanchavam e/ou jantavam conosco. Para aqueles que estudavam à tarde, a rotina era parecida: chegavam para tomar o café da manhã conosco, depois iam para suas tarefas. Na hora do almoço, tomavam banho, trocavam de roupa, almoçavam e iam para a escola. No final da tarde, depois da escola, passavam lá em casa, para as tarefas escolares. Depois dos deveres da escola feitos, lanchavam e iam para suas casas. No final do mês recebiam seus salários e uma "cesta de alimentos" para a família.
Com o passar do tempo, esses jovens foram crescendo e aprimorando seus estudos. Hoje são policiais civis, pequenos empresários, funcionários públicos, empresários do ramo de transporte de passageiros, comerciantes e todos, com muito orgulho falam do quanto foi importante a forma da ajuda dada pelo nosso pai, onde todos foram orientados que o trabalho dignifica  e os estudos trazem o crescimento profissional e financeiro.
Conto esta história, para dizer que sou a favor do Bolsa Família, mas não da forma como o governo do PT, faz a distribuição. Existe hoje no Brasil, mais de 40 milhões de pessoas, que recebem o Bolsa Família por algum tipo de necessidade mas, quantas realmente necessitam continuar recebendo?
Quantas pessoas fazem do Bolsa Família um modo de vida? Esse é o trunfo do governo federal e de sua candidata. Pessoas que podiam estar no mercado de trabalho, por simples que seja o emprego, não o fazem preferindo receber o auxílio, que poderia estar sendo usado por famílias, que realmente passam por necessidades. Existem várias vagas de emprego em todo o Brasil, que não são preenchidas, por falta de mão de obra. Cito o caso de uma amiga, dona de uma loja de material de construção, que empregava além do pessoal de escritório, ajudantes para a entrega das mercadorias. Dos sete ajudantes, apenas três continuam trabalhando, os demais pediram demissão, pois se inscreveram para a Bolsa Família e passaram a receber o benefício e assim, ao invés de trabalho registrado preferem "fazer bicos".
Pense bem, é justo um  governo fazer de um importante benefício para a população carente, moeda de troca por voto? É justo um governo incentivar fileiras de desempregados a continuarem desempregados? Pense nisso antes de votar, no dia 26 de outubro.
O povo quer dignidade e não esmola. O povo quer crescimento e não estagnação. O povo que melhores condições de vida para suas famílias.

Nós queremos um governo que traga soluções para a população necessitada e não, um governo que deixe as populações carentes, sempre na mesma categoria de carentes. Queremos um governo, que permita que as empresas possam manter  os empregos que já existem e que possibilite a criação de novas vagas. Queremos um governo que fiscalize o cumprimento da legislação tabalhista.

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