quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O Brasil não quer mais Dilma

Gazeta do Povo

Publicado em 23/10/2014 |
Em abril do ano passado, escrevi um artigo, publicado por este jornal, no qual eu desejava que a herança maléfica construída por Dilma, com a supervisão de Lula, dos petistas e dos aliados de plantão, caísse no colo da própria Dilma. Para mim, não é uma herança que se possa transferir a ninguém, nem a aliados e muito menos a adversários, que sofreriam muito para recuperar os danos causados. Ninguém merece. Mas hoje percebo com clareza que principalmente o Brasil não merece os autores desse descalabro e sua continuidade no poder.
Neste primeiro turno das eleições, ficou muito mais claro ainda: os brasileiros querem, e já, mudança dos ocupantes do Planalto e uma política competente, que dê novos rumos e esperança de fortalecimento do país, desde a economia até seus aspectos morais.
Do ponto de vista econômico, o Brasil está quebrado, com o Fundo Monetário Internacional projetando para 0,3% o crescimento do PIB brasileiro para este ano, muito distante do que estimavam Dilma e Mantega, que divulgaram um crescimento de 3,5%. Se este resultado pífio realmente vier, o Brasil só terá crescido 1,6% em quatro anos, o pior crescimento durante uma gestão presidencial desde 1995. E não adianta a presidente espernear, culpando fatores externos por essa debilidade econômica, já que o crescimento médio global deste ano será de 3,5%. Só a Argentina e a Venezuela crescerão menos que o Brasil entre os países da América Latina, não por coincidência administrados por uma populista e uma reencarnação de Chávez. Pior: com a desaceleração da economia no período Dilma e especialmente neste ano, o Brasil não cumprirá a meta de superávit primário e não conseguirá ao menos pagar os juros da dívida. O superávit primário em 2014 será de 1,3% do PIB, abaixo do estabelecido pelo governo, de 1,9%.
E mais: Dilma comete estelionato eleitoral ao mentir dizendo que o Brasil quebrou três vezes no período de FHC. O país recorreu, sim, ao FMI na década de 80, mas saiu da situação de moratória a partir do Plano Real, quando estabilizou a economia e acabou com a inflação. O último empréstimo foi justamente para financiar o futuro governo Lula, que ficou com 80% dos recursos do FMI. São muitos erros e desmandos somados em 12 anos de PT. Estamos cansados de tanta mentira e enganação. Chega!
No Brasil, crescem alguns índices: a inflação, o desemprego, a dívida externa, a dívida interna, o custo da máquina pública, os juros, a desindustrialização, a desconfiança de empresários e de consumidores, a inadimplência em todas as faixas da população, a corrupção, o assalto aos cofres públicos, os desmandos no STF e em seus braços auxiliares como a OAB nacional, a criminalidade, a impunidade, a falta de atendimento no sistema de saúde, o número de obras superfaturadas, o número de obras inacabadas, a insatisfação e a desesperança.
Por outro lado, há mostras concretas de que a população brasileira acordou e repudia este quadro caótico. As primeiras pesquisas do segundo turno já demonstraram isso, com Aécio à frente de Dilma apesar de todas as provocações, manifestações falsas, propagandas enganosas, perfis fantasmas em redes sociais, uso e abuso da máquina pública e muitos outros instrumentos nos quais os petistas são especialistas.
Espero, sinceramente, que o PT cumpra seu período de desastres no governo, interrompendo seu projeto de poder. À Dilma “Kirchner” e ao Lula “Castro” restará o consolo de seus amigos Renan Calheiros, Henrique Alves, Collor, Sarney, Zé Dirceu, Maluf, Genoino, João Paulo Cunha, Padilha, Guido Mantega, Marcos Valério, Delúbio Soares, Ruy Falcão, Paulo Roberto Costa, André Vargas, Franklin Martins e Cândido Vacarezza, et caterva.
Cláudio Slaviero, empresário, é ex-presidente da Associação Comercial do Paraná e autor do livro A Vergonha Nossa de Cada Dia.

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