quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Câmara apoia mobilização em defesa da língua de sinais

Para contribuir com a mobilização nacional em defesa da língua de sinais e das escolas para surdos, conhecida como Setembro Azul, o vereador Emerson Prado (PSDB) convidou a coordenadora da Pastoral da Pessoa com Deficiência da Arquidiocese de Curitiba, Fernanda Bruni, para debater o tema com os vereadores. O encontro aconteceu na tarde desta quarta-feira (14), em horário destinado à Tribuna Livre, na Câmara Municipal. A mobilização Setembro Azul, liderada pela Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), luta contra a ameaça de fechamento das escolas de surdos e o atual modelo de educação inclusiva, previsto pelo Ministério da Educação (MEC). “Não menosprezem um surdo que pede dinheiro nas ruas. Ele não tem acesso às escolas”, ressaltou Fernanda Bruni.
Emerson Prado informou que, “durante todo o mês de setembro, serão realizados eventos de valorização das línguas de sinais e da cultura surda em todo país com o objetivo de sensibilizar as autoridades políticas e a sociedade para a importância da educação em língua de sinais para surdos”. O vereador enfatizou, ainda, que a ideia é modificar as emendas do Plano Nacional de Educação que preveem o fim das escolas de surdos e que determinam a inserção obrigatória nas escolas regulares. O documento, segundo ele, tramita no Congresso Nacional e deve reger a educação brasileira pelos próximos dez anos.
Fernanda Bruni agradeceu o convite, dando sequência ao posicionamento de Emerson Prado. Ela defendeu a inclusão e integração dos surdos na sociedade, escolas bilíngues e no mercado de trabalho. “A pastoral é muito procurada e realiza um trabalho importantíssimo visando a inclusão dos deficientes não só na escola mas também no mercado de trabalho”. Com relação à educação, a coordenadora afirmou que “é certo que os surdos aprendem mais e melhor nas escolas bilíngues, onde o ensino é todo feito por meio da língua de sinais”. A atual política de educação do MEC, que prevê que os alunos sejam todos matriculados nas escolas regulares e que recebam atendimento especializado em outro horário, na sua opinião, é ineficaz. “Eles querem ser aceitos, podem e devem ter seus direitos. Para isso, precisam aprender na linguagem deles”, afirmou, explicando que libras é uma língua assim como o português, alemão e japonês.

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