terça-feira, 3 de novembro de 2015

Em Curitiba, crise acaba até com confraternizações de fim de ano

Sem clima para comemorações e com pouco dinheiro para gastar, empresas cortam despesas com lazer


O final de ano para o setor de gastronomia e entretenimento não está sendo nada animador em Curitiba. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), a crise econômica provocou uma forte queda na procura (consulta de orçamento) para eventos corporativos e de confraternização das empresas para as festas de fim de ano.
Segundo Fabio Aguayo, presidente da Abrabar, essa queda foi de 50% na comparação com o ano passado, o que tem assustado o setor. “A procura caiu muito, os empresários estão até assustados. Final de outubro, começo de novembro começam a surgir algumas coisas, como pedidos de orçamento, contratos a serem assinados... E estamos sentindo que essa procura caiu 50%”, afirma Aguayo.
Para piorar a situação, at mesmo alguns eventos considerados “consagrados”, que já aconteciam com regularidade, estão sendo deixados de lado. “Quem faz a consulta (de orçamento) não tem fechado imediamente. Até mesmo alguns eventos que já estavam consagrados as empresas deixaram de nos procurar”, lamenta o empresário.
O presidente da Abrabar aponta ainda que a principal “culpada” pela situação é a crise econômica que o país atravessa. É que ao fazer a contenção de despesas, a primeira coisa que as empresas cortam são os gastos com lazer. Além disso, afirma Aguayo, o momento pode não ser considerado bom para comemorações, já que muitas empresas estão tendo de conviver com demissões.
“Num momento de crise, com corte de pessoal, não tem clima as vezes para o cara fazer uma festa. Algumas empresas, inclusive, estão tentando evitar criar um clima desconfortável: o cara participa hoje da festa e amanhã demitido, diz Aguayo. “Não tem muito o que se comemorar, e se comemora, as vezes fica aquela coisa constrangedora. Mas o principal é a contenção de despesas. Todas as empresas estão evitando gastar, e o lazer é o primeiro que cortam”, complementa.
RÁPIDA
Promoções para salvar as vendas
Para tentar minimizar os efeitos da crise econômica e da consequente queda na procura para eventos corporativos e de confraternização de fim de ano, a Abrabar tem incentivado os estabelecimentos a criarem promoções e a flexibilizar seus pacotes, de forma que os interessados em realizar eventos não percam essa importante tradição, que gera emprego e renda para o setor. Segundo Fábio Aguayo, presidente da Abrabar, com um pouco de conversa é possível conseguir desde descontos até rolha livre para o seu evento. “O empresário tem de oferecer condições, ter uma maior flexibilidade nessa hora, inventar alguma coisa. Tem empresa, por exemplo, que tem optado por deixar a rolha livre, então quem faz o evento paga só pela alimentação e o consumo de bebida fica por conta de cada um. Outros estão oferecendo até 50% de desconto. O que não pode deixar como está, porque daí vai ficar no prejuízo”, afirma Aguayo.

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