sexta-feira, 7 de junho de 2013

Prefeitura irá identificar familiares de alunos que podem ser alfabetizados


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Prefeitura irá identificar familiares de alunos que podem ser alfabetizados
Uma pesquisa inédita está sendo aplicada na Rede Municipal de Ensino de Curitiba para identificar o grau de escolaridade dos pais e responsáveis pelos 141 mil estudantes e crianças atendidos nas escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs). O levantamento, a cargo da Secretaria Municipal da Educação, faz parte do planejamento da nova política municipal de combate ao analfabetismo, que pretende aproximar ao máximo de 100% o índice de pessoas alfabetizadas em Curitiba.
Atualmente, Curitiba é a capital brasileira com o menor índice de analfabetismo: 2,1% das pessoas acima de 15 anos não sabem ler e escrever. Embora tenha recebido do governo federal em 2007 o Selo de Cidade Livre do Analfabetismo, a capital do Paraná tem ainda o desafio de alfabetizar 30 mil pessoas.
Essa é uma das metas da atual administração da Prefeitura. Para ser alcançada, a Secretaria Municipal da Educação está trabalhando na elaboração de uma nova política pública que prevê, entre outras medidas, maior oferta de escolaridade para este público, formado na grande maioria por mulheres acima dos 60 anos. Elas representam quase 40% dos que não sabem ler e escrever.
As estratégias que estão sendo desenhadas incluem a ampliação das turmas de educação de jovens e adultos (EJA), inclusão de novas escolas, horários alternativos de atendimento e reorganização da dinâmica de ensino. A intenção é iniciar o atendimento pelos familiares dos estudantes matriculados na rede municipal, a serem identificados pela pesquisa.
“Garantir acesso à educação para os pais dos estudantes integrados à rede é fundamental, tanto para promovermos autonomia e ampliação das conquistas cidadãs dessas pessoas, quanto para elevar o desempenho escolar de nossos estudantes”, diz a secretária municipal da Educação, Roberlayne Borges Roballo.
Todas as escolas e creches receberão formulários com questões sobre escolaridade dos pais ou responsáveis, que serão encaminhados aos familiares dos alunos. Os resultados serão analisados por uma equipe formada pelos departamentos de Ensino Fundamental, Educação Infantil, Assessoria Técnica e Planejamento e Informações. A pesquisa deverá indicar os pais que não estudaram e aqueles que não completaram o ensino fundamental.
A Secretaria Municipal da Educação entrará em contato com as famílias identificadas com pessoas não alfabetizadas. “Faremos uma grande mobilização com as comunidades escolar e local para que todas as pessoas que ainda não se alfabetizaram ou não concluíram o ensino fundamental possam fazê-lo com a qualidade necessária”, explica a diretora do Departamento de Ensino Fundamental, Waldirene Bellardo.
Segundo Waldirene, as equipes planejam medidas que vão desde visitas e ligações telefônicas ao público em potencial até processos de formação continuada e mudanças curriculares e estruturais.
Acabar com o analfabetismo na cidade é uma ação com reflexos positivos para toda a população. “Quem é alfabetizado desenvolve um olhar diferenciado sobre o mundo. Torna-se independente, produtivo e partícipe de uma sociedade melhor desenvolvida”, diz a gerente de educação de Jovens e Adultos, Mônica Ferrarini.
Vagas
As turmas de educação de jovens e adultos (EJA) são oferecidas em 73 escolas da Rede Municipal de Ensino. São aproximadamente 1.700 alunos matriculados. Ao contrário do ensino regular, na EJA o aluno pode se matricular em qualquer época do ano. Basta ter 15 anos completos. Também não existe um prazo para a conclusão do curso. Em média, quem entra sem nenhum conhecimento do código linguístico demora de seis a oito meses para reconhecer as letras e ler pequenas palavras. O certificado de 4ª série é recebido, geralmente, em dois anos.
Todo o atendimento, do material ao planejamento das aulas, é especial para o aluno da EJA. O professor é capacitado para trabalhar com adultos e a aula é quase individualizada para aproveitar os níveis de conhecimento de cada um. As turmas não podem ter mais que 28 alunos para dar a atenção especial que o curso exige.

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