sexta-feira, 14 de junho de 2013

A insolência dos baderneiros impôs a milhões de paulistanos outro dia de cão As autoridades encarregadas de preservar a ordem pública nem precisam recorrer a especialistas em inteligência para saber onde e quando vai começar mais um dia de cão. O próprio Movimento Passe Livre faz questão de divulgar o lugar e a hora do início de outra manifestação destinada a reduzir a uma terra sem lei a maior metrópole da América Latina. Agentes infiltrados e sherloques fantasiados de estudante são coisa de antigamente. Foram aposentados por um punhado de páginas na internet. Até os botões das fardas dos PMs sabiam que nesta quinta-feira a erupção de violência e vandalismo começaria às 5 da tarde, em frente do Teatro Municipal. Até as botas dos policiais sabiam que os revolucionários que vivem de mesada tentariam, de novo, invocar a norma constitucional que trata da liberdade de manifestação para revogar por tempo indeterminado o Estado Democrático de Direito. Se tivesse chegado antes, a tropa poderia impedir a gestação do tumulto. Como entrou em ação depois de consumado o parto, deu no que deu. Caso estivessem efetivamente interessados apenas na redução das tarifas do transporte urbano, caso a multidão de alistados fosse de bom tamanho, os comandantes da legião dos 20 centavos se contentariam com o espaço diante do Teatro Municipal ou algo parecido. A Praça Tahir foi suficiente para os que sonhavam com a primavera egípcia. O problema é que, por sofrer de raquitismo congênito, a caricatura brasileira precisa zanzar pelas ruas. Pouco numerosa, recorre ao manual da violência para simular a musculatura que jamais terá. Pela quarta vez em pouco mais de uma semana, a democracia amargou uma derrota humilhante. Não foi vencida pela força dos atacantes, insista-se. Perdeu para a tibieza dos que juraram defendê-la.

Augusto Nunes

Direto ao Ponto

As autoridades encarregadas de preservar a ordem pública nem precisam recorrer a especialistas em inteligência para saber onde e quando vai começar mais um dia de cão. O próprio Movimento Passe Livre faz questão de divulgar o lugar e a hora do  início de outra manifestação destinada a reduzir a uma terra sem lei a maior metrópole da América Latina. Agentes infiltrados e sherloques fantasiados de estudante são coisa de antigamente. Foram aposentados por um punhado de páginas na internet.
Até os botões das fardas dos PMs sabiam que nesta quinta-feira a erupção de violência e vandalismo começaria às 5 da tarde, em frente do Teatro Municipal. Até as botas dos policiais sabiam que os revolucionários que vivem de mesada tentariam, de novo, invocar a norma constitucional que trata da liberdade de manifestação para revogar por tempo indeterminado o Estado Democrático de Direito. Se tivesse chegado antes, a tropa poderia impedir a gestação do tumulto. Como entrou em ação depois de consumado o parto, deu no que deu.
Caso estivessem efetivamente interessados apenas na redução das tarifas do transporte urbano, caso a multidão de alistados fosse de bom tamanho, os comandantes da legião dos 20 centavos se contentariam com o espaço diante do Teatro Municipal ou algo parecido. A Praça Tahir foi suficiente para os que sonhavam com a primavera egípcia. O problema é que, por sofrer de raquitismo congênito, a caricatura brasileira precisa zanzar pelas ruas. Pouco numerosa, recorre ao manual da violência  para simular a musculatura que jamais terá.
Pela quarta vez em pouco mais de uma semana, a democracia amargou uma derrota humilhante. Não foi vencida pela força dos atacantes, insista-se. Perdeu para a tibieza dos que juraram defendê-la.

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