quinta-feira, 31 de julho de 2014

Graça Foster pode ser responsabilizada pela compra de Pasadena

Do Karlos Kolbach

Todo julgamento está sujeito a erros. E o processo do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a compra da refinaria de Pasadena, Estados Unidos, não seria diferente. Alguns crassos, outros perfeitamente aceitáveis. Mas, mudar o rol de responsáveis pelo prejuízo bilionário da aquisição da refinaria foi além dos erros considerados “perfeitamente aceitáveis”. O TCU condenou na semana passada 11 ex-diretores a devolver mais de R$ 1,6 bilhão aos cofres públicos. Agora o próprio TCU admite que pode ter havido um “equívoco” no relatório que  culpou os 11 ex-diretores. A mudança pode resultar na inclusão de dois novos culpados pelo negócio – sendo que um deles é a presidente da estatal, Graça Foster. Logo ela que nos inúmeros depoimentos no Congresso Nacional defendeu tanto a aquisição da refinaria – dizendo que não havia nada de ilegal, que tinha sido apenas um mau negócio. Deputados e senadores de oposição no Congresso Nacional já haviam estranhado a rapidez com que o processo da compra de Pasadena foi julgado no TCU. A intenção do Palácio do Planalto era evitar a todo custo um desgaste da imagem da presidente Dilma Rousseff (PT) com o escândalo envolvendo a Petrobras. Dilma, que era presidente do Conselho de Administração da estatal na época da aquisição da refinaria, foi inocenta de qualquer responsabilidade. A pressa do governo federal era tanto, que alguns emissários do Palácio do Planalto foram enviados ao TCU para conversar com os ministros. Entre os emissários estava o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A “visita” repercutiu muito mal e foi entendida como uma forma de pressionar os ministros antes do julgamento do processo de Pasadena.

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