quarta-feira, 9 de agosto de 2017

A saúde em Curitiba e suas contradições

Blog Fabio Campana


Três vereadores falaram ontem na Câmara a respeito de saúde pública. E os discursos expõem como há contradições na área.
Veja lá: o plenário acatou indicação de sugestão de Serginho do Posto para que a rede municipal de saúde tenha um programa de apoio e tratamento aos portadores de psoríase e vitiligo, com oferta de exames de diagnóstico das doenças; tratamento ininterrupto, orientado por médicos especialistas e psicólogos; acesso a medicamentos e capacitação dos agentes de saúde do Município.
Muito bem, ótimo, apesar de não haver estudos sobre o número de pessoas que têm necessidade de programa especial para tratamento das duas doenças, como disse o próprio Serginho do Posto: “No Paraná, especialmente em Curitiba, ainda não há dados oficiais e precisos sobre a quantidade de indivíduos com as doenças. No entanto, com o devido tratamento pelo sistema municipal de saúde procura-se diminuir os casos, minimizar as complicações que podem advir do não atendimento adequado, erradicar o preconceito e melhorar a autoestima dos portadores”.
Se esta fosse uma cidade bem servida de saúde pública, seria muito interessante a iniciativa do vereador. No entanto, a fala de Toninho da Farmácia nos mostra uma situação diferente: “Recebi uma mensagem através da página social. A moradora reclamou de ter sido maltratada no atendimento da unidade da Vila Verde e que lá só tem dois remédios, paracetamol e histamin. Se foram comprados 116 tipos de remédios, quantos foram fornecidos às unidades? Vamos levantar a situação”.
E Maria Letícia Fagundes tratou de relatar a situação da greve dos médicos da Feaes: “Os médicos estão em greve há 11 dias, cumprindo as exigências do Tribunal Regional do Trabalho de manter 60% dos profissionais em atividade. O impasse principal é a resistência da prefeitura em contratar mais médicos. Já foram 800 profissionais, hoje são só 629”.
É claro que uma ação não deve bloquear a outra e que todos os esforços têm que ser feitos em todas as direções para melhorar de forma ampla os assuntos da cidade. Mas será que se os vereadores concentrassem esforços primeiro para tratar do básico, para fiscalizar o Executivo na base da pirâmide e depois, com isso resolvido, caminhassem para ampliar pedidos não seria mais eficaz?
Não parece óbvio que se faltam médicos e remédios, não é possível  criar um programa especial de tratamento?
Em tempo: A UPA da CIC ainda está fechada

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