quinta-feira, 22 de julho de 2010

Dois pesos, duas medidas

Passaram aproximadamente, cinco anos em que a maior empresa de transporte aéreo do Brasil, a Varig, fechou suas portas e deixou milhares de funcionários desempregados e o que é pior, milhares de aposentados e pensionistas sem receber integralmente suas aposentadorias. Na ocasião o presidente Lula tecveu o seguinte comentário: "Não cabe ao governo salvar empresa falida"; "A Varig tem um acordo judicial que ela tem que cumprir. Se é para resolver, não é o governo. Para isso, existem outras instâncias, como a Lei de Falências, por exemplo,". Ao ser indagado se haveria injeção de dinheiro público na empresa, foi novamente claro, mas com gestos, não com palavras: balançou a cabeça de um lado para outro, negativamente. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi na mesma linha do presidente e também praticamente descartou aporte financeiro do governo federal: "Eu acho que qualquer solução para a Varig que não implique gasto de dinheiro público é sempre favorável. Eu serei sempre favorável", afirmou.
Com a quebra da Varig, o fundo de pensão Aerus, que tinha a União como agente fiscalizador, ficou sem recursos para pagar seus milhares de contribuintes. A União é a ÚNICA responsável, por lei, por fiscalizar e garantir a segurança dos fundos de pensão e seus assegurados. É dela a responsabilidade pelos contribuintes, em quaisquer circunstâncias. Milhares de funcionários, desde faxineiros, mecânicos, bagageiros até pilotos, copilotos, aeromoças, comissários de bordo e pessoal da administração, por mais de 20 anos deram dinheiro para um fundo de pensão em busca de uma aposentadoria digna. O dinheiro é deles, por direito, e a União deve pagar, como foi determinado por lei.

Em contra partida, em uma reportagem da revista britânica “Economist” calcula que os recursos gastos pelo Brasil em perdão de dívidas, financiamentos do BNDES para empresas de outros países, ajuda humanitária, podem chegar a US$ 4 bilhões por ano. “O Brasil está se tornando rapidamente um dos maiores doadores mundiais de ajuda aos países pobres”, diz a revista. A revista lembra que o próprio Brasil ainda precisa combater bolsões de pobreza dentro de seu próprio território. Fora os mais de um bilhão de dólares de dívidas que o presidente Lula determinou que, sejam perdoadas dos países “pobres”: Moçambique (315 milhões), Nigéria (150 milhões), Bolivia ( 52 milhões), Gabão, Cabo Verde, além de Cuba do amigo e ditador Fidel Castro (40 milhões de dólares) e os 300 milhões para empresas argentinas. São recursos que faltam para tirar da miséria absoluta 35 milhões de pessoas moradoras em favelas, palafitas e grotões. Recursos que faltam para tirar os hospitais da UTI. Para melhorar o vergonhoso ensino público. Para melhorar as condições de segurança. Bom, se o presidente quer distribuir dinheiro, abrir a torneira para outros países, ser um estadista popular, o que podemos fazer? Ele é quem manda e a nossa oposição é pífia. A questão é: antes de olhar lá fora, temos que olhar o nosso próprio rabo.

Aqui no Brasil temos problemas seríssimos, que precisam de solução. Dinheiro, o governo federal tem. O que não tem é vergonha na cara. E o mais importante, não tem uma oposição atuante no Congresso Nacional que barre toda esta farra com o dinheiro do contribuinte.

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