Jose Mauricio de Barcellos
A presidente Dilma – não escrevo “presidenta” porque essa “enta” odienta e rancorosa tem o condão de conspurcar o vernáculo – ficou irritadíssima a ponto de praguejar em baixo calão, como é de sua educação ou costume pessoal, porque o Sr. Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, opinou contra seu especioso pedido, negado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, para que o Governo tivesse acesso à delação do Operador do Mensalão 2, o Diretor da Mega Estatal do Óleo Paulo Roberto Costa, lá colocado para roubar há mais de uma década, por ela própria e antes por seu antecessor e mentor. Alega que precisa tomar medidas. É muita desfaçatez. É um deboche. Essa gente pensa que todos nós somos idiotas. Permitam a digressão. Como diria meu velho pai: “só dando nessa turma com um gato morto até miar”.
Este caso da Petrobrás é mais um episódio que deveria receber de nossa sociedade total repúdio ou mesmo chegar ao clamor pelo “impeachment”. Não somos idiotas, mas complacentes e, em muitas vezes, insensíveis diante dos problemas do País. Somente se compreende que assim seja porque, ante tanta roubalheira ou frente a tanta corrupção, petista por excelência, o cidadão comum se perde na confusão da buraqueira política. No meio das inúmeras notícias ruins, acaba por não se dar conta de mais uma falcatrua, e tudo sem falar no completo descrédito que merece nossa representação popular, que numa hora desta deveria nos socorrer de ofício. Não fazem nada além de tentar salvar a própria pele. Não é necessário ir mais longe nem aprofundar a questão, é por isso que o Brasil está como está, e bolas para as análises eruditas e para as opiniões sofisticadas que querem explicar o injustificável ou abrandar o problema.
Há um sentimento que se alojou nas entranhas do povo. Este País quebrou ou se encontra preste a quebrar. Quebrou a Petrobrás; quebrou a Eletrobrás e o sistema elétrico; quebraram os Correios; quebrou o sistema de saúde; quebrou e emperrou de vez a infraestrutura viária e portuária e o próprio segmento produtivo foi atingido de morte; quebrou a máquina pública toda aparelhada pela militância infame e dizimista do partido; quebraram todos os índices econômicos e os fatores sociais; não há dinheiro para nada no mercado, a rigor o desemprego aumentou, os preços estão fora de controle e os juros escorchantes são uma roubalheira só. Meu Deus, tudo quebrou bem na nossa cara e, assim mesmo, aí está a proposta de uma associação de celerados que quer dar sequência a esta quebradeira, gastando rios de dinheiro para enfiá-la goela abaixo do cidadão. Todo mundo se conforma. Era para o povo estar todo nas ruas, a exemplo de julho de 2013, para no mínimo carimbar as lapelas desses malfeitores. Mas não. Segue o andor como se essa gente tivesse o direito de fazer o que fazem como se fossem pessoas de bem ou até bem intencionadas. É triste.
A sociedade não considera, mas esse pessoal não guarda limites. O poder é o seu limite e exclusivo propósito. É uma gente ordinária, gente ruim, má na origem, mal nascida, isto é, mal formada, sem escrúpulos, capazes dos atos mais abjetos para alcançar a menor vantagem. Têm a audácia da inconseqüência e a coragem da irresponsabilidade. Nunca antes foram nada. Nada antes haviam conseguido por mérito ou esforço próprio, mas alcançaram tudo e hoje tantos e tantos a eles estão subjugados, por conta de golpes e ardis eleitoreiros. Hoje eles são os donos dos cofres deste País e “vão fazer o diabo para serem reeleitos” como, sem rebuço, gritou a Presidente, gerentona de não sei o quê.
Assim como o tal do Lula atacou o Supremo Tribunal Federal por causa do Mensalão 1 – tentando peitar, coagir e cooptar Ministros, e alguns conseguiu sem muito esforço – D. Dilma agora quer atacar a Suprema Corte tentando ter acesso ao depoimento do traidor mor da quadrilha que tomou de assalto a Petrobrás – o Calabar deles – visando colocar a turma do PT em campo para destruir todas as provas. Caso pretendesse mesmo tomar medidas republicanas e corretivas é certo que já teria feito ao longo da última década, valendo-se dos cargos que ocupou e da autoridade que sempre teve sem ninguém pedir ou mandar. Entretanto como poderia ter feito isto se sempre soube da roubalheira, e foi justamente por conta dela que se elegeu, arrasando os cofres públicos?
Por fim um apelo. Eminentes Ministros do Supremo Tribunal Federal não consintam tanta infâmia perante a Nação impotente. Não fraquejem mais esta vez. O Povo ingênuo e incauto dorme, mas o tempo não, e a história, cedo ou tarde, lhes cobrará por uma covardia deste jaez.
Jose Mauricio de Barcellos, ex-consultor jurídico da CPRM/MME, é advogado
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