Poderá ser votado nesta semana, na
Câmara dos Deputados, o relatório final sobre a Medida Provisória
628/13, editada por Dilma Rousseff para liberar R$ 24 bilhões do Tesouro
Nacional para o BNDES. Segundo o texto da medida, os recursos
bilionários que serão transferidos ao banco devem financiar projetos de
investimento de longo prazo na área de infraestrutura e em outros
segmentos considerados estratégicos pelo governo federal.
O crédito concedido pelo Tesouro ao
BNDES será remunerado pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Para o
senador Alvaro Dias, mais uma vez o Tesouro Nacional terá prejuízo com
esse repasse bilionário de verbas ao BNDES. Como lembra o senador, o
custo da dívida pública mobiliária federal vem subindo e já passou de
12%, enquanto o BNDES paga pelos empréstimos juros de 5%.
“O BNDES e outras instituições oficiais
de crédito têm recebido vultosos recursos subsidiados do Tesouro
Nacional que são repassados na forma de operações de crédito a tomadores
finais. Os custos do Tesouro Nacional com as emissões que lastreiam
esses empréstimos finais têm sido sistematicamente superiores ao retorno
que obtém e, o que é mais preocupante, esses custos têm crescido
exponencialmente. Apenas para ilustrar, entre dezembro de 2012 e
dezembro de 2013, o custo da dívida pública mobiliária federal interna
subiu de 11,72% ao ano para 12,35% ao ano, enquanto a TJLP – que é o que
a União recebe do BNDES – caiu de 5,5% ao ano para 5% ao ano no mesmo
período. Assim, o subsídio que era de 6,2% ao ano subiu para 7,4% ao
ano. Quem paga essa diferença é o contribuinte”, disse o senador.
Além de receber repasses de recursos
subsidiados do Tesouro, o BNDES, como lembra o senador, empresta milhões
a empresas selecionadas pelo governo e países amigos, como Cuba e
Angola, em condições contratuais vantajosas (para os que recebem o
dinheiro), e em uma operação de crédito com informações guardadas a sete
chaves. É para acabar com este sigilo que o senador Alvaro Dias
apresentou projeto que acaba com o segredo bancário nas operações de
instituições oficiais de crédito para governos estrangeiros. O senador
argumenta que os bancos privados já garantem a transparência de suas
atividades com a publicação de suas operações, e até mesmo o Banco
Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento também dão
publicidade aos seus empréstimos, “menos o BNDES, com os seus
empréstimos e contratos sigilosos com Cuba e ditaduras africanas”.
O projeto do senador Alvaro Dias para
acabar com sigilo nos empréstimos do BNDES, o PLS 26/2014 –
Complementar, terá que ser apreciado e votado em três comissões:
Relações Exteriores e Defesa Nacional; Constituição, Justiça e
Cidadania; e de Assuntos Econômicos.
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