“Regimes
autoritários acobertados por uma pseudo-legislação democrática adotam o
voto obrigatório, e regimes democráticos evoluídos adotam o voto
facultativo. O Brasil já é uma democracia suficientemente madura,
portanto, pode adotar o sistema do voto facultativo. Numa república
bolivariana o voto obrigatório sempre prevalecerá, mas em uma república
eminentemente democrática, como parecer ser a brasileira, o voto
facultativo sempre será acolhido”. A afirmação foi feita por Alvaro
Dias, durante discussão, no Senado, de uma proposta de emenda
constitucional para tornar facultativo o voto no Brasil. O senador
defendeu a aprovação da PEC e afirmou ser defensor da tese da não
obrigatoriedade do voto, mas deixou registrada a sua contrariedade pelo
fato de ter sido preterida na CCJ a votação da PEC de sua autoria, que
trata do mesmo tema. A PEC de Alvaro Dias, de nº 14, está tramitando
desde 2003 no Senado, e já possui relatório pronto do senador Francisco
Dornelles para ser apreciado. “Há muito tempo tenho procurado estimular a
discussão da adoção do voto facultativo no Brasil, e por isso
apresentei a PEC em 2003. Acredito que por equívoco, e não por
esperteza, uma outra proposta passou à frente da minha. Mas o que
importa é que a tese seja aprovada e que o voto seja facultativo. O voto
obrigatório tem sido a marca registrada dos estados totalitários, onde o
governante necessita deste subterfúgio para dar uma aparência de
legalidade a um regime de força. Já o voto facultativo coloca o cidadão
no terreno da plena e livre escolha, sendo o modelo adotado nas
principais democracias do mundo. Em resumo, o voto facultativo espelha a
vontade livre do cidadão, portanto, apoiamos o projeto”, disse Alvaro
Dias.
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