quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Lula relembra “idealismo” que não praticou quando esteve no Planalto

Ricardo Setti

"Lula é o seu próprio álibi a encobrir suas próprias más ações. Um caso kafkiano que se sustenta enquanto silente estiverem os que observam a cena" (Foto: Infolatam / EFE)
“Uma hora o ex-presidente tutela a sua sucessora. Noutra, defende os polpudos cachês que recebe de empreiteiras por palestras. Já não é a metamorfose ambulante, como gosta de se definir” (Foto: Infolatam / EFE)

Do blog Política & Economia Na Real, do jornalista José Márcio Mendonça e do economista Francisco Petros

 LULA, IDEALISMO E KAFKA

Vejamos a declaração do ex-presidente Lula ao jornal El País, no dia 20 de outubro:
– Eu queria dizer que as pessoas tendem a esquecer os tempos difíceis em que achavam bonito carregar pedra. A gente acreditava, era maravilhoso. Um grupo mais ideológico, as pessoas trabalhavam de graça, de manhã, à tarde e à noite. Agora você vai fazer uma campanha e todo mundo quer cobrar. Não quero voltar às origens, mas gostaria que não esquecêssemos para que fomos criados (o PT). Por que queríamos chegar ao governo? Não para fazer como os outros, mas para agir de maneira diferente.
Nosso comentário: não são poucas as declarações do ex-presidente Lula ao longo dos anos pós-ele mesmo.
Uma hora o ex-presidente tutela a sua sucessora.
Noutra, defende os polpudos cachês pagos por empreiteiras por palestras.
Na ausência do público e da imprensa, articula como ninguém, o faz no governo e para o governo.
Dessa feita, o ex-presidente Lula, respirando ares espanhóis, resolve cavalgar num idealismo que não se provou quando estava sentado no Planalto e convoca o próprio partido para que “não esqueça porque foi criado”.
Já não é o ex-presidente apenas uma “metamorfose ambulante”, como aprecia se definir.
Ao que parece, ele é o seu próprio álibi a encobrir suas próprias más ações.
Um caso kafkiano que se sustenta enquanto silente estiverem os que observam a cena.

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