quinta-feira, 13 de outubro de 2016

A greve dos professores e o exemplo de Cuba

Blog do Zé Beto


Os professores do ensino público estadual que entram em greve geral na próxima segunda-feira (17), aproveitando o embalo do feriado do Dia das Crianças, deveriam perder um pouco do tempo que lhes é escasso para conhecer um pouco da situação de seus colegas dos 14 estados que estão matando cachorro a grito por conta dos salários que recebem em conta-gotas. A reportagem de hoje da Folha de S.Paulo (ler abaixo) mostra um pouco a situação e, pasmem!, não há notícias de paralisações dos serviços nestes locais, como aqui, onde a APP-Sindicato resolveu determinar que todos os mestres cruzem os braços porque… porque… por que mesmo? Porque estão recebendo os salários em dia, vão receber o 13º e são contra algo que não foi aprovado na Assembleia Legislativa e teve o trâmite suspenso pelo governo estadual. Sim, houve antes um acordo selado para o reajuste dos salários na data-base. Mas a economia destroçada pelos governos companheiros da direção do sindicato continua patinando, e o caixa, segundo a explicação oficial, não suportaria tal pancada. Isso é verdade? É mentira? Só conversando é que se pode entender. Mas, não, os militantes aloprados são especialistas em bagunçar o coreto – e agora aproveitam a onda das invasões dos sábios alunos do ensino médio que reclamam de uma reforma educacional que não conhecem e também não foi sacramentada. Não há uma manifestação do comando da greve sobre a situação que ficarão, mais uma vez, o milhão de estudantes e seus pais. Isso parece ser o de menos importância. Primeiro é garantir a grana, maquiada na embalagem dos “meus direitos”. Durante o enfrentamento, de novo haverá a batalha para que os dias parados não sejam descontados, mesmo que a Justiça decrete a greve ilegal. O ensino? A responsabilidade sobre a educação destes jovens? Professores, segundo demonstram os dirigentes do sindicato, não têm responsabilidade sobre isso – e são protegidos pelo fato de não poderem ser demitidos e muito menos serem avaliados como em Cuba, onde há o melhor ensino público da América Latina. Lá, não só alunos são checados sobre o aprendizado. Os mestres também e, quem se folga, leva um pé na bunda. Aqui, quem apanha, sempre, é o aluno, cuja capacidade é escrachada pela mediocridade das notas do Enen e por grande parte terminar o ensino de segundo grau como analfabetos funcionais. Aos pais deles, os pobres que não podem colocá-los em escola particular, resta pagar a conta para manter os salários dos grevistas em dia.

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