quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Indisciplina de alunos é o que mais afeta os professores do Paraná

Bem Paraná

Entre 12 a 15% dos docentes se afastam por problemas de saúde todos os anos

Profissão é uma das que mais exige da pessoa (foto: Franklin de Freitas)

Uma estimativa divulgada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Paraná (APP-Sindicato) diz que entre 12% a 15% dos docentes se afastam da atividade todos os anos por problemas de saúde. E entre as principais causas, está o estresse provocado pelos problemas de indisciplina em sala de aula, mostra uma pesquisa realizada com os profissionais. Hoje é comemorado o Dia dos Professores.
Segundo a pesquisa do Instituto de Pesquisas de Opinião (IPO), que ouviu 1.330 professores a pedido da APP-Sindicato, 45% dos professores afirmam como principal problema na profissão a indisciplina em sala de aula, seguido de estruturas das escolas (36,5%) e stress/depressão (29,7%). A superlotação em salas de aula vem a seguir e ficou à frente até do quesito baixos salários e atraso nos pagamentos de remunerações. A pesquisa foi divulgada no site da APP.
De acordo com os dados da perícia médica estadual, 48% dos afastamentos de professores são por problemas de tensão psicológica e/ou osteomusculares. E foi pelo motivo de indisciplina dos alunos que Maria Rita, professora há 20 anos, optou por se afastar da profissão.
“Foi muito triste me afastar de algo que sempre amei, porém estava mais triste ainda dentro da sala de aula. Estava chegando em casa diariamente estressada, com fortes dores de cabeça. Chegamos a uma situação na qual o professor não tem mais prioridade em cima dos alunos, em minha opinião a evolução da sociedade e das tecnologias influenciaram para este mau comportamento e desrespeito”, relata.
Burnout — “Entre os profissionais mais sensíveis à síndrome, o professor é a categoria mais estudada”, afirmam as pesquisadoras Aparecida Neri de Souza e Marcia de Paula Leite no estudo “Condições de trabalho e suas repercussões na saúde dos professores da educação básica no Brasil” ao explicarem a síndrome de Burnout.
A síndrome do esgotamento profissional foi descrita pela primeira vez nos anos 90 e caracteriza-se pela soma de estresse físico e mental e pela diminuição gradativa da vontade de exercer a profissão.
Colaborou
Gabriela Fialho, especial para o Bem Paraná

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