Do Karlos Kolbach
Todo julgamento está sujeito a erros. E o processo do Tribunal de
Contas da União (TCU) sobre a compra da refinaria de Pasadena, Estados
Unidos, não seria diferente. Alguns crassos, outros perfeitamente
aceitáveis. Mas, mudar o rol de responsáveis pelo prejuízo bilionário da
aquisição da refinaria foi além dos erros considerados “perfeitamente
aceitáveis”. O TCU condenou na semana passada 11 ex-diretores a devolver
mais de R$ 1,6 bilhão aos cofres públicos. Agora o próprio TCU admite
que pode ter havido um “equívoco” no relatório que culpou os 11
ex-diretores. A mudança pode resultar na inclusão de dois novos culpados
pelo negócio – sendo que um deles é a presidente da estatal, Graça
Foster. Logo ela que nos inúmeros depoimentos no Congresso Nacional
defendeu tanto a aquisição da refinaria – dizendo que não havia nada de
ilegal, que tinha sido apenas um mau negócio. Deputados e senadores de
oposição no Congresso Nacional já haviam estranhado a rapidez com que o
processo da compra de Pasadena foi julgado no TCU. A intenção do Palácio
do Planalto era evitar a todo custo um desgaste da imagem da presidente
Dilma Rousseff (PT) com o escândalo envolvendo a Petrobras. Dilma, que
era presidente do Conselho de Administração da estatal na época da
aquisição da refinaria, foi inocenta de qualquer responsabilidade. A
pressa do governo federal era tanto, que alguns emissários do Palácio do
Planalto foram enviados ao TCU para conversar com os ministros. Entre
os emissários estava o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A
“visita” repercutiu muito mal e foi entendida como uma forma de
pressionar os ministros antes do julgamento do processo de Pasadena.
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