Por Guilherme Fiuza - ÉPOCA
A
elite branca insultou Dilma Rousseff na abertura da Copa do Mundo. É
sempre assim: os companheiros fazem tudo conforme o manual, aí vem a
elite branca com grosseria. Como alertou nosso Delúbio, o mensalão era
uma conspiração da direita contra o governo popular. Deu no que deu: os mensaleiros acabaram presos pelo representante máximo da elite branca, Joaquim Barbosa.
Ao criticar a preparação do Brasil para a Copa, o ex-jogador Ronaldo
vocalizava a conspiração da elite branca. O roubo do juiz a favor do
Brasil contra a Croácia não foi nada diante do roubo na construção dos
estádios da Copa, disse o humorista Helio de la Peña. É um branco azedo.
Isso
não vai ficar assim, não. A elite vermelha já iniciou sua reação. A
primeira medida de impacto foi tirar Dilma e Lula de lugares públicos,
pelo menos durante a Copa. Sábia medida. Como se sabe, os lugares
públicos no Brasil estão completamente tomados pela elite branca – e ela
é malcriada. A enteada e o filho do Brasil devem circular, nesse
período perigoso, apenas pelos espaços democráticos: as assembleias do
PT, os gabinetes do Planalto (evitar os corredores) e as cadeias
obrigatórias de rádio e TV, lugares seguros, de onde não se ouvem os
impropérios da elite branca.
O
Supremo Tribunal Federal também está se tornando um lugar democrático e
seguro, com a chegada à presidência de Ricardo Lewandowski, gladiador do
PT no processo do mensalão. Um presidente amigo é tudo. O clima no STF
não poderia ficar melhor com a ascensão de Luís Roberto Barroso à
relatoria desse processo inventado pela elite branca. Barroso foi quem
decidiu que a quadrilha petista não é uma quadrilha. Ele recebeu a
relatoria declarando que “quem está preso tem pressa”. É bonita a
preocupação de Barroso com os companheiros da Papuda. Apressemos esse
infortúnio. O Brasil e sua elite branca podem esperar sentados pela devolução do dinheiro que os apressados desviaram.
O Tribunal Superior Eleitoral também se tornou um lugar aconchegante para Dilma e Lula.
Quem assumiu a presidência do TSE, logo na corrida presidencial? O
menino prodígio Dias Toffoli, que compôs, com Lewandowski, a dupla de
capa e espada do PT no julgamento do mensalão. Será que o comício
eleitoral de Dilma em cadeia obrigatória de rádio e TV na véspera da
Copa suscitará alguma punição à presidente?
Santa
ingenuidade, Batman... O juiz do jogo foi advogado do PT em três
campanhas presidenciais. Só essa elite branca desmiolada não entende
para que serve a inoculação de um militante disciplinado no aparelho de
Estado. Vá em frente, companheira Dilma! Os pronunciamentos oficiais
foram criados justamente para a senhora vender o peixe do seu pessoal,
sem ter de ouvir essa burguesia indócil, que infesta os estádios de
futebol e as praças públicas.
O Brasil é um país injusto. Lula e Dilma abriram os cofres da nação para a orgia da Copa.
Agora têm de ficar se escondendo por aí, acuados pela elite branca. Mas
não há de ser nada. Apesar do derrame bilionário nos estádios (superior
à soma dos gastos nas Copas da Alemanha e África do Sul), apesar de
trocar a chance de investimento sério em transportes por remendos de
última hora, que darão para o gasto, o governo popular triunfará. Com
sua famosa honestidade intelectual, os companheiros dirão que os
pessimistas duvidaram da Copa no Brasil, mas ela aconteceu mesmo assim. A
história suja da preparação dessa Copa sumirá sob um brado triunfal
qualquer, tipo “somos brasileiros e não desistimos nunca”. O prontuário
não deixa dúvidas de que eles não desistem mesmo.
E lá
vem notícia ruim na imprensa burguesa golpista: o país volta a cair no
ranking de investimento estrangeiro direto. Mas por que, afinal, os
investidores fogem do Brasil? Engana-se quem pensa que seja por causa
das intervenções populistas desastrosas, do setor elétrico à política
econômica (contabilidade criativa), passando pela Petrobras e pelo
grande elenco de vítimas do chavismo brasileiro, vizinho de porta do
calote argentino. Nada disso.
Os investidores fogem do Brasil com medo da elite branca. Se o dinheiro continuar a ir embora, o jeito será pedir emprestado aos tesoureiros ricos da elite vermelha
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