terça-feira, 26 de agosto de 2014

O fantasma de Celso Daniel volta a assombrar o PT


Do blog do José Pedriali

A descoberta de um contrato de empréstimo de Marcos Valério ao empresário de Santo André Ronan Maria Pinto relança o fantasma de Celso Daniel sobre o PT e Lula no momento mais difícil por que passa o partido – desbando pelas tabelas às vésperas da eleição que definirá o seu futuro e o destino do país tão maltratado por seus membros (que jamais admitirão essa avaliação).
O empréstimo – de R$ 6 milhões – comprova a autenticidade da revelação feita em 2012 pelo publicitário, que regou o mensalão com recursos públicos desviados por intermédio de sua agência. Na ocasião, prevendo o desastre que o aguardava no STF, ele procurou a Polícia Federal para, em troca de informações preciosas, obter a atenuação de sua pena. O acordo não deu certo, mas ficou o registro.
Entre suas revelações, a de que os R$ 6 milhões foram o pagamento, travestido de empréstimo, que Ronan Pinto, do setor de transporte coletivo, exigiu em troca do silêncio de que sua empresa era extorquida por dirigentes do PT durante a administração de Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2012. Se não recebesse o dinheiro, ameaçava denunciar Lula, Gilberto Carvalho (ministro-chefe de Gabinete de Lula e ex-braço direito de Daniel) e José Dirceu (então chefe da Casa Civil) como beneficiários do esquema de corrupção.
Disse também que Lula era “o chefe do mensalão”, que foi poupado em comum acordo por ele, Valério, Dirceu e Delúbio Soares – principais réus do processo do mensalão – e que o valor movimentado pelo esquema foi de R$ 350 milhões, mais que o dobro apurado pela Procuradoria Gerald a República.
O contrato foi encontrado pela PF no escritório da contadora de Youssef Meire Poza, que decidiu colaborar com as investigações da Operação Lava Jato. O doleiro é o principal investigado.
O PSDB promete cobrar do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informações sobre as denúncias feitas por Valério à PF há dois anos. Não é necessário bola de cristal para saber qual será a resposta do ministro: elas não tinham consistência…
Celso Daniel morreu há 12 anos. Mas seu espectro não se cansa de assombrar o PT.

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