quinta-feira, 12 de março de 2015

Vereadores debatem política nacional e protestos de domingo



A Câmara Municipal de Curitiba dividiu opiniões, na sessão desta quarta-feira (11), sobre a crise no cenário político nacional. Os vereadores debateram as denúncias da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e sua repercussão, como os protestos marcados para este domingo (15) em todo o país.

O primeiro pronunciamento foi de Chico do Uberaba (PMN): “Vamos às ruas no dia 15, ordenadamente, com a esperança de um Brasil melhor”. Ele comparou o movimento convocado pelas redes sociais ao “Fora Collor”, de 1992, contra o então presidente Fernando Collor de Melo (PTB-AL). “É o mensalão, o petrolão, e agora vem o (escândalo do) BNDES”, afirmou, sobre supostos empréstimos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social para obras em outros países.

Serginho do Posto (PSDB) comentou a repercussão do depoimento de ontem à CPI da Petrobras, na Câmara dos Deputados. “É destaque hoje, na Gazeta do Povo, que a campanha de Dilma Rousseff à Presidência recebeu R$ 300 milhões, segundo o delator (Pedro Barusco, ex-gerente da petrolífera)”, disse. O vereador também apontou atraso no repasse de recursos federais à saúde municipal.

“Nunca o país foi administrado com tanta irresponsabilidade e sede ao pote”, avaliou Serginho. “Tem outros partidos (além do PT) ligados a este esquema (investigado pela Operação Lava Jato). Independentemente de sigla partidária, todos têm de ser punidos”, completou. Para o líder do prefeito na Casa, Paulo Salamuni (PV), “o povo tem que ir sim às ruas, protestar, se indignar”. No entanto, ponderou: “Não podemos propor uma ruptura, um golpe. Temos uma presidente, governadores e prefeitos eleitos”.

“Sou mais um militar eleito que um civil imposto”, declarou Salamuni, que alertou ao golpe militar de 1964. Ele também ponderou que os denunciados têm direito à defesa. Já a vereadora Julieta Reis (DEM) defendeu que a presidente “converse com o povo e fale a verdade”. “Existe uma crise política grande causada pela corrupção. A população está cansada”, opinou.

“Quem aponta um dedo tem três virados contra si próprio”, afirmou o primeiro-secretário, Pedro Paulo (PT). “Não é normal que a instituição seja tratada com baixo calão, pois isso não combina com a liberdade de expressão”, defendeu, sobre as manifestações ao pronunciamento da presidente Dilma Rousseff no último domingo (8), Dia Internacional da Mulher. “Acho que sempre haverá um grupo que ache a ditadura o melhor caminho, mas felizmente não é o pensamento majoritário.”

“Que os culpados sejam punidos e os difamados (pela mídia) tenham condição de defesa, pontuou. Para Pedro Paulo, “hoje parece que temos no país o PT e o anti-PT”. Em resposta à declaração, Valdemir Soares (PRB) disse que a visão “é reflexo do que aconteceu nas gestões Lula e Dilma”. “Há um ditado popular de quem não deve, não teme.”

Pier Petruzziello (PTB) também contestou a declaração de que se é “PT ou anti-PT”. “Quem criou isso foi o próprio partido, que quando assumiu o poder disse que as coisas seriam diferentes. Mas, na pior das hipóteses, estão iguais”, defendeu. “Sorte que no país há liberdade para manifestações”, complementou, em alusão à prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, opositor do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Participaram do debate, ainda, Bruno Pessuti (PSC), Noemia Rocha (PMDB) e Tito Zeglin (PDT).

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