terça-feira, 3 de março de 2015

Sindicalistas protestam contra mudanças em benefícios trabalhistas



Centrais organizam atos pelo País e pedem revogação de medidas provisórias que alteram acesso a seguro-desemprego e pensão
 
Diário do Poder

As MPs devem ser analisadas pelo Congresso na próxima semana (Foto: Mário Roberto Ortiz)
Manifestantes ligados a centrais sindicais organizam atos na manhã desta segunda-feira, 2, contra as medidas provisórias 664 e 665, editadas pelo governo federal no final do ano passado para alterar regras de acesso a benefícios trabalhistas. Há protestos em São Paulo, Recife e outras capitais. As mudanças, que fazem parte do ajuste fiscal promovido pela nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff, entram em vigor nesta segunda.
Em São Paulo, centenas estão em frente à sede do Ministério do Trabalho e o termo mais utilizado pelos líderes no carro de som é "retirada de direitos". Há faixas citando a presidente Dilma Rousseff e sua promessa de não mexer nos direitos trabalhistas "nem que a vaca tussa". "Dilma mentiu e a vaca tossiu", diz uma das faixas, em referência a declarações da presidente durante a campanha eleitoral no ano passado, quando afirmou que benefícios não deixariam de existir "nem que a vaca tussa". O discurso do governo federal sobre as medidas é que ela não retira direitos, mas corrige distorções.
As MPs devem ser analisadas pelo Congresso na próxima semana e os sindicalistas já programam para o dia 23 de março um "Dia Nacional de Lutas" para pressionar os parlamentares. Participam da manifestação a Forca Sindical, CTB, Nova Central, UGT e CUT, central mais próxima ao governo. O trânsito no local foi bloqueado.
No Recife, trabalhadores ligados a seis centrais sindicais de Pernambuco ocupam a sede da Superintendência Regional do Trabalho. A ocupação, pacífica, ocorreu depois de uma caminhada em um trecho da avenida Agamenon Magalhães.
"Ainda não definimos quando deixaremos a sede, há possibilidade de passarmos a noite aqui", afirmou o presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT-PE), Carlos Veras. "Não há o que negociar, pois o pacote anunciado pelo Governo Federal não traz nenhum benefício para o trabalhador", complementou Veras. (AE)

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