terça-feira, 3 de março de 2015

ALI BABÁ, A CAVERNA E OS 40 LADRÕES


Diário do Poder
 
Generalizou-se no mundo ocidental uma distorção da lenda árabe, como se Ali Babá fosse o chefe dos quarenta ladrões. Não foi. Pelo contrário, ele descobriu a senha para entrar na caverna e montou uma armadilha para passar os bandidos pela espada. O que fez com o monumental tesouro ainda hoje gera controvérsias.
Sendo assim, Rodrigo Janot, Procurador Geral da República, deve ser visto como alguém que conseguiu pronunciar o “Abre-te Sésamo” e agora atua para que a justiça seja feita contra os políticos envolvidos no escândalo da Petrobras. Ao Supremo Tribunal Federal caberá o papel de carrasco dos ladrões, não se sabe exatamente se todos os quarenta que serão conhecidos hoje. Sempre poderá haver alguém em condições de ser declarado inocente nos inquéritos por abrir.
Dessa etapa fundamental do chamado “petrolão” salta aos olhos a semelhança entre a caverna, dita do Ali Babá, e a Petrobras. Existem os que pretendem destruir a empresa, sob pretexto da punição ao crime, aproveitando a oportunidade de privatizá-la por haver servido para guardar incontáveis produtos do roubo promovido pelos ladrões. A manobra desenvolvida pelo choque entre os grandes cartéis internacionais envolve a queda nos preços do petróleo e o esforço da Arábia Saudita para não reduzir a produção. A meta dos sheiks seria prejudicar e se possível interromper a empreitada do xisto betuminoso em que se lançam os Estados Unidos para substituir sua dependência do Oriente Médio. Complicada a equação, capaz de atingir a Rússia e outros produtores de petróleo e gás. E especialmente o Brasil, pois com o barril a menos de 50 dólares o pré-sal se tornará inviável.
A gente fica pensando se o nosso Ali Babá tem presente todas essas e outras considerações a respeito da importância de preservar a caverna, mesmo punindo os ladrões.

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