Carlos Chagas
A verdade é que o ex-presidente permanece à margem da campanha da
sucessora, enquanto essa aproveita, sem ele, os últimos dias que a lei
eleitoral permite para inaugurar obras e distribuir benesses pelo
país. Apesar de terem estado juntos na convenção nacional do PT que
oficializou Dilma como candidata à reeleição, tratou-se de um
relacionamento frio entre criador e criatura. Fica difícil supor que
não se encontrem em divergência, porque não se trata, propriamente, de
uma dupla integrada na campanha pelo segundo mandato, ainda que os
otimistas expliquem como razão do distanciamento estarem as atenções
nacionais voltadas para a copa do mundo de futebol. Depois de 13 de
julho tudo poderá mudar, alegam. Como também pode ser que não mudem.
O resultado, até agora, tem sido uma Dilma isolada, meio órfã de apoio
do Lula, ao contrário de 2010.
O mesmo clima gelado estende-se entre o PT e a presidente. Quando ela entrega casas próprias ou tratores pelo interior, o que menos se escuta são aplausos dos companheiros. A menos que o marqueteiro João Santana tenha armado essa impressão de fraqueza para depois dar ampla volta por cima, prejudicada fica a campanha de Dilma. Jogar todas as fichas no horário eleitoral gratuito é temerário. A rejeição de mais de 50% que a presidente colheu nas pesquisas mais recentes leva para as telinhas o mesmo sentimento de abandono, bem como desperta previsões não apenas para a realização do segundo turno, mas abre perspectivas para Aécio Neves, na decisão final.
Ainda que não existam milagres em política, a verdade é que além de outros fatores vem pesando na disputa atual a omissão do Lula. Se não houver uma virada no jogo, o empate poderá significar a derrota. Se consciente ou inconsciente, a postura do primeiro-companheiro conduz à perda do poder pelo PT e penduricalhos. Será esse desfecho desejado pelo ex-presidente? Ou, no mínimo, desconsiderado?
Sem falar nos negócios escusos e no assalto às estruturas do poder público, importa registrar que pelo menos 32 mil cargos federais em comissão fazem a felicidade dos atuais detentores do poder. Seria uma contradição imaginar que o Lula não se importasse, a ponto de levar a esse extremo suas divergências com Dilma. O problema é que falta identificar a azeitona no meio dessa empada. Por que o ex-presidente fechou-se como uma ostra, não apenas deixando de viajar pelo país, como havia prometido, mas isolando-se em São Bernardo, sem entrevistas, exortações e pronunciamentos em favor da presidente? Estaria dando o troco por nos últimos meses não ter sido obedecido como esperava? Seu conceito de madre superiora do convento deveria esgotar-se antes. Não se trata de estar preparando 2018, porque voltaria em muito melhores condições caso sucedesse Dilma. Ou não?
O mesmo clima gelado estende-se entre o PT e a presidente. Quando ela entrega casas próprias ou tratores pelo interior, o que menos se escuta são aplausos dos companheiros. A menos que o marqueteiro João Santana tenha armado essa impressão de fraqueza para depois dar ampla volta por cima, prejudicada fica a campanha de Dilma. Jogar todas as fichas no horário eleitoral gratuito é temerário. A rejeição de mais de 50% que a presidente colheu nas pesquisas mais recentes leva para as telinhas o mesmo sentimento de abandono, bem como desperta previsões não apenas para a realização do segundo turno, mas abre perspectivas para Aécio Neves, na decisão final.
Ainda que não existam milagres em política, a verdade é que além de outros fatores vem pesando na disputa atual a omissão do Lula. Se não houver uma virada no jogo, o empate poderá significar a derrota. Se consciente ou inconsciente, a postura do primeiro-companheiro conduz à perda do poder pelo PT e penduricalhos. Será esse desfecho desejado pelo ex-presidente? Ou, no mínimo, desconsiderado?
Sem falar nos negócios escusos e no assalto às estruturas do poder público, importa registrar que pelo menos 32 mil cargos federais em comissão fazem a felicidade dos atuais detentores do poder. Seria uma contradição imaginar que o Lula não se importasse, a ponto de levar a esse extremo suas divergências com Dilma. O problema é que falta identificar a azeitona no meio dessa empada. Por que o ex-presidente fechou-se como uma ostra, não apenas deixando de viajar pelo país, como havia prometido, mas isolando-se em São Bernardo, sem entrevistas, exortações e pronunciamentos em favor da presidente? Estaria dando o troco por nos últimos meses não ter sido obedecido como esperava? Seu conceito de madre superiora do convento deveria esgotar-se antes. Não se trata de estar preparando 2018, porque voltaria em muito melhores condições caso sucedesse Dilma. Ou não?
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