O senador Roberto Requião (PMDB) se elegeu duas vezes (2002-2006) governador do Paraná prometendo “baixar ou acabar” com o pedágio. Nessa eleição tenta voltar ao governo com o mesmo discurso. Desta vez, com uma novidade: o candidato ao Senado de Requião é Marcelo Almeida, herdeiro da CR Almeida, dona de dois dos pedágios mais caros do Paraná (e do mundo), a Ecovia (Curitiba-Paranaguá) e a Ecocataratas (Guarapuava-Foz do Iguaçu). Para piorar as coisas, em uma reveladora entrevista ao jornal Gazeta do Povo, Almeida simplesmente diz que as promessas de “baixar ou acabar” não passam de “mentira”.
Questionado sobre a recorrente promessa de Requião de baixar ou acabar com o pedágio, Marcelo Almeida dá uma resposta surpreendente. Admite que é pura mentira e enganação. “E do ‘baixa ou acaba’, acho que tem de baixar. Dá para baixar? É óbvio que não dá para baixar. Não dá para usar como bandeira política, você precisa falar mais a verdade”. Perplexo o jornalista insiste: “Mas dá para baixar?” A resposta do filho do falecido Cecílio do Rego Almeida, conhecido por falar o que pensava, elimina qualquer dúvida sobre o assunto: “Eu acho que não. Não dá para mentir”.
A questão do pedágio foi politizada até o nível da demência no Paraná. O tema já foi objeto de cinco comissões parlamentares de inquérito na Assembleia Legislativa (uma está em curso) e já rendeu dois mandatos de governador a Requião. A falta de racionalidade fica evidente no fato que o senador volta com o mesmo discurso nesta eleição, mas de braço dado com Marcelo Almeida, dono de dois pedágios, e financiador de sua campanha. A insanidade fica ainda mais transparente quando Almeida, num surto de sincericídio admite que “é óbvio que não dá para baixar o pedágio” e que as promessas nesse sentido não passam de “mentira”.
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