Da Mary Zaidan:
Eleições costumam empolgar torcidas, mexer com corações e mentes. Mas o turbilhão de emoções de 2014 parece imbatível, com enredo de fazer inveja ao melhor dos ficcionistas.
A morte trágica de um candidato jovem, que mesmo com poucas chances de disputar as primeiras posições despontava como promessa sólida de liderança, e uma coadjuvante que com um único gesto rouba a cena dos protagonistas, já garantiriam sucesso à trama. Mesmo antes da inclusão de um capítulo policial.
A delação do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, sobre a corrupção deslavada que imperava – e talvez ainda impere – na estatal aparelhada pelo PT mostra que as operações têm motivação e DNA semelhantes aos do mensalão.
Desviam-se recursos públicos, procede-se a lavagem do dinheiro e o distribui entre aliados para assegurar o apoio. Mas os valores envolvidos – fala-se em algo em torno de R$ 10 bilhões em quatro anos – deixariam o esquema anterior no chinelo.
Até agora, Costa acrescentou poucos nomes à lista dos suspeitos de sempre. Lá estão os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR), o ministro Edison Lobão, o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PI), além dos petistas Cândido Vacarezza (SP) e João Pizzolatti (SC), ambos já conhecidos da Polícia Federal.
Todos da base governista – bombas no colo da candidata Dilma Rousseff.
O rol incluiria ainda a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB) e o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), figuras carimbadas em investigações.
A novidade é a citação do ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE), substituído por Marina Silva na disputa presidencial. Não que a ex-ministra esteja envolvida, mas o delator lança suspeição no quintal da candidata, obrigando-a a gastar tempo e tutano na defesa do parceiro morto.
Dilma preferiu a tática de que nada é oficial, o que a liberaria de, como presidente, fazer qualquer consideração. Caminho perigoso, mas talvez o único que possa livrá-la parcialmente do enrosco até o fechamento das urnas, em 5 de outubro.
Já para Aécio Neves, a delação, com nome e sobrenome, é uma espécie de tábua de salvação. Apostará tudo e um pouco mais nela.
Seria leviano prever o quanto as denúncias influenciarão no pleito. Talvez em nada interfiram.
De imediato, dificultam a repetição da estratégia petista, usada com êxito contra Geraldo Alckmin em 2006, de apelar para o nacionalismo barato, acusando a aposição de querer privatizar a Petrobras.
O PT preferiu cotizá-la entre amigos.
E volta ao centro da fogueira como único beneficiário do crime. De novo, arde em chamas.
Eleições costumam empolgar torcidas, mexer com corações e mentes. Mas o turbilhão de emoções de 2014 parece imbatível, com enredo de fazer inveja ao melhor dos ficcionistas.
A morte trágica de um candidato jovem, que mesmo com poucas chances de disputar as primeiras posições despontava como promessa sólida de liderança, e uma coadjuvante que com um único gesto rouba a cena dos protagonistas, já garantiriam sucesso à trama. Mesmo antes da inclusão de um capítulo policial.
A delação do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, sobre a corrupção deslavada que imperava – e talvez ainda impere – na estatal aparelhada pelo PT mostra que as operações têm motivação e DNA semelhantes aos do mensalão.
Desviam-se recursos públicos, procede-se a lavagem do dinheiro e o distribui entre aliados para assegurar o apoio. Mas os valores envolvidos – fala-se em algo em torno de R$ 10 bilhões em quatro anos – deixariam o esquema anterior no chinelo.
Até agora, Costa acrescentou poucos nomes à lista dos suspeitos de sempre. Lá estão os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR), o ministro Edison Lobão, o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PI), além dos petistas Cândido Vacarezza (SP) e João Pizzolatti (SC), ambos já conhecidos da Polícia Federal.
Todos da base governista – bombas no colo da candidata Dilma Rousseff.
O rol incluiria ainda a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB) e o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), figuras carimbadas em investigações.
A novidade é a citação do ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE), substituído por Marina Silva na disputa presidencial. Não que a ex-ministra esteja envolvida, mas o delator lança suspeição no quintal da candidata, obrigando-a a gastar tempo e tutano na defesa do parceiro morto.
Dilma preferiu a tática de que nada é oficial, o que a liberaria de, como presidente, fazer qualquer consideração. Caminho perigoso, mas talvez o único que possa livrá-la parcialmente do enrosco até o fechamento das urnas, em 5 de outubro.
Já para Aécio Neves, a delação, com nome e sobrenome, é uma espécie de tábua de salvação. Apostará tudo e um pouco mais nela.
Seria leviano prever o quanto as denúncias influenciarão no pleito. Talvez em nada interfiram.
De imediato, dificultam a repetição da estratégia petista, usada com êxito contra Geraldo Alckmin em 2006, de apelar para o nacionalismo barato, acusando a aposição de querer privatizar a Petrobras.
O PT preferiu cotizá-la entre amigos.
E volta ao centro da fogueira como único beneficiário do crime. De novo, arde em chamas.
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