segunda-feira, 11 de novembro de 2013

AO CRITICAR O TCU, DILMA CORRE O RISCO DE INSTITUCIONALIZAR A CORRUPÇÃO

JORGE OLIVEIRA


Brasília – Ao tentar jogar a população contra o TCU, criticando o tribunal por condenar as obras superfaturadas do seu governo, Dilma corre o risco de institucionalizar a corrupção no Brasil. A presidente quer parecer que administra o país. Para tanto não mede as consequências dos seus atos intempestivos e irresponsáveis. Quer acelerar as obras do PAC, paralisadas em todos os cantos, por decreto ou bazófias. Quer ganhar no grito o que não conseguiu nos últimos três anos: administrar o país com competência. A um ano das eleições, Dilma percorre os estados anunciando projetos lunares e inaugurando obras de vereador. Promete bilhões e bilhões de reais para projetos que simplesmente não saem do papel, mas que são divulgados pela imprensa como factíveis a menos de um ano de acabar o governo. 
O Tribunal de Contas da União divulgou nota contestando as críticas da Dilma. Diz que é seu papel constitucional fiscalizar a aplicação dos recursos públicos. É função  também do TCU brecar as obras superfaturadas como as encontradas por seus fiscais, a exemplo da BR-448/RS, onde foi constatado superfaturamento de 90 milhões de reais. Foi lá no Rio Grande Sul, estado administrado pelo PT, que a Dilma chiou quando soube do embargo da obra. Disse ela: “Eu acho um absurdo paralisar obra. Você pode usar vários métodos, mas paralisar obra é uma coisa extremamente perigosa porque ninguém depois repara o custo”. 
A presidente, portanto, não indica quais os métodos legais que ela aconselharia o TCU a usar para impedir que as empreiteiras superfaturem as obras para distribuir com os seus apaniguados o dinheiro que sobra da maracutaia. O tribunal esclarece que os métodos que usa são os garantidos pela Constituição. Por eles, apenas este ano haveria uma economia de R$ 1,2 bilhão, caso as correções sugeridas por seus auditores fossem adotadas. 
O método da Dilma de espernear quando se constata superfaturamento de obras públicas é plágio.  Ela copiou do ex-presidente Lula que, no governo, espinafrou o TCU por condenar as obras do PAC sob suspeita de ilegalidade. Para variar, a cria copia em tudo o criador. Imita o criador até nas críticas descabidas aos órgãos responsáveis por manter a lei e a vigilância sobre o dinheiro público. 
As sete obras do PAC condenadas pelo TCU estão na lista daquelas que a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse que são feitas sem planejamento. Isso mesmo, a ministra do Planejamento, numa entrevista ao Fantástico, teve a cara de pau de dizer que “para que as obras no Brasil andassem mais rápidas, o governo (leia-se PT) decidiu que iria tocá-las sem projetos”.  Assim, o Brasil trabalha há dez anos no improviso e no amadorismo, entregando obras às empreiteiras que as paralisam no primeiro sinal de atraso de fatura. 
É por causa dessas sandices, disparadas por ministros despreparados e incompetentes que o Brasil vive uma crise moral e institucional. Diariamente bilhões e bilhões de reais são jogados no lixo porque o país não tem planejamento nem perspectiva de se organizar para combater a corrupção generalizada no serviço público com a conivência de seus administradores.

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