terça-feira, 19 de novembro de 2013

Oposição pedirá que MPF e TCU investiguem suspeita de propina no Ministério da Fazenda Líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno, afirmou que pode convocar Mantega ao Congresso. O caso foi revelado por ÉPOCA



REDAÇÃO ÉPOCA. COM ESTADÃO CONTEÚDO


O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno, afirmou que seu partido vai apresentar uma representação na segunda-feira (18) para que o Ministerio Público Federal investigue Marcelo Fiche, chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o adjunto dele, Humberto Alencar. Ambos são suspeitos de receber propina da empresa de assessoria de imprensa Partners, que detém contrato com a pasta. O caso foi revelado por ÉPOCA na edição desta semana.
Bueno disse que estuda convocar Mantega a dar explicações no Congresso sobre a conduta de seus subordinados. Ele também pedirá que o Tribunal de Contas da União investigue o contrato de R$ 4,4 milhões do Ministério da Fazenda com a Partners, assim como as circunstâncias da contratação da empresa. Após ser provocado pela reportagem de ÉPOCA, na quinta-feira,Mantega pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a PF entre no caso. O Ministério da Fazenda informou, ainda, que abriu investigação interna para apurar as denúncias.

O vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), afirmou neste sábado que vai pedir a convocação dos dois assessores de Mantega. Dias disse que a intenção é apresentar no início da semana um pedido para convocá-los a prestar esclarecimentos na Comissão de Fiscalização e Controle ou na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Ele defendeu o imediato afastamento dos assessores de Mantega no período em que durar as investigações oficiais. Os dois, que negaram as acusações, permanecem no cargo.

"Sem nenhuma dúvida (eles deveriam ser afastados preventivamente). Esse é um procedimento preliminar em qualquer governo sério e isento", afirmou. Segundo o tucano, é preciso afastá-los para que as investigações ocorram de maneira célere e sem interferência política. Se comprovados os ilícitos, disse ele, os dois não retornam e vão responder na Justiça. Do contrário, eles voltam com "todas as honras".
O vice-líder do PSDB classificou os indícios de irregularidades de "fortes". Para o tucano, só após os esclarecimentos dos assessores e se eles forem insuficientes é que se deve avaliar a convocação do ministro da Fazenda.  

Segundo o depoimento a ÉPOCA da secretária Anne Paiva, que trabalhava na Partners e contou ter servido de “laranja” da empresa, os dois assessores receberam R$ 60 mil em dinheiro vivo, das mãos dela. Cópias de comprovantes bancários e extratos de mensagens por Skype, trocadas entre ela e um dos diretores da empresa, corroboram o depoimento da secretária. Além disso, a reportagem de ÉPOCA demonstra que o contrato da Partners com o ministério apresenta sérias evidências de fraude e superfaturamento. A Partners incluía na prestação de contas ao ministério, por exemplo, contracheques de 11 jornalistas que não trabalham na pasta. Moram em Minas e no Rio de Janeiro. Alencar é o fiscal desse contrato.

Até o momento, o ministro Guido Mantega não deu qualquer declaração sobre o caso. Os dois assessores de Mantega negam quaisquer irregularidades, e permanecem nos cargos.

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