REDAÇÃO ÉPOCA. COM ESTADÃO CONTEÚDO
O líder do PPS na Câmara, deputado
Rubens Bueno, afirmou que seu partido vai apresentar uma representação na
segunda-feira (18) para que o Ministerio Público Federal investigue Marcelo
Fiche, chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o adjunto
dele, Humberto Alencar. Ambos são suspeitos de receber propina da empresa de
assessoria de imprensa Partners, que detém contrato com a pasta. O caso foi revelado por ÉPOCA na edição desta semana.
Bueno disse que estuda convocar
Mantega a dar explicações no Congresso sobre a conduta de seus subordinados.
Ele também pedirá que o Tribunal de Contas da União investigue o contrato de R$
4,4 milhões do Ministério da Fazenda com a Partners, assim como as circunstâncias
da contratação da empresa. Após ser provocado pela reportagem de ÉPOCA, na
quinta-feira,Mantega pediu ao ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, que a PF entre no caso. O
Ministério da Fazenda informou, ainda, que abriu investigação interna para
apurar as denúncias.
O vice-líder do PSDB no Senado,
Álvaro Dias (PR), afirmou neste sábado que vai pedir a convocação dos dois
assessores de Mantega. Dias disse que a intenção é apresentar no início da
semana um pedido para convocá-los a prestar esclarecimentos na Comissão de
Fiscalização e Controle ou na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Ele
defendeu o imediato afastamento dos assessores de Mantega no período em que
durar as investigações oficiais. Os dois, que negaram as acusações, permanecem
no cargo.
"Sem nenhuma dúvida (eles
deveriam ser afastados preventivamente). Esse é um procedimento preliminar em
qualquer governo sério e isento", afirmou. Segundo o tucano, é preciso
afastá-los para que as investigações ocorram de maneira célere e sem
interferência política. Se comprovados os ilícitos, disse ele, os dois não
retornam e vão responder na Justiça. Do contrário, eles voltam com "todas
as honras".
O vice-líder do PSDB classificou
os indícios de irregularidades de "fortes". Para o tucano, só após os
esclarecimentos dos assessores e se eles forem insuficientes é que se deve
avaliar a convocação do ministro da Fazenda.
Segundo o depoimento a ÉPOCA da
secretária Anne Paiva, que trabalhava na Partners e contou ter servido de
“laranja” da empresa, os dois assessores receberam R$ 60 mil em dinheiro vivo,
das mãos dela. Cópias de comprovantes bancários e extratos de mensagens por
Skype, trocadas entre ela e um dos diretores da empresa, corroboram o
depoimento da secretária. Além disso, a reportagem de ÉPOCA demonstra que o
contrato da Partners com o ministério apresenta sérias evidências de fraude e
superfaturamento. A Partners incluía na prestação de contas ao ministério, por
exemplo, contracheques de 11 jornalistas que não trabalham na pasta. Moram em
Minas e no Rio de Janeiro. Alencar é o fiscal desse contrato.
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