Lana Peters, em abril de 2010, em Richland Center, no estado americano de Wisconsin Steve Apps / AP
MADISON,
Wisconsin, EUA - Em plena Guerra Fria, Svetlana Alliluyeva fugiu para os
Estados Unidos e queimou o passaporte soviético, prometendo nunca mais voltar a
seu país. O embaraço causado pela filha do falecido ditador Josef Stalin foi
ainda maior para a então União Soviética: Svetlana afirmou que o pai era “um
monstro moral e espiritual” e chamou o sistema soviético de “profundamente
corrupto”.
A
deserção, em 1967, não envolveu apenas a mudança de país, mas uma nova
identidade: sua terceira. Batizada, ao nascer, em 28 de fevereiro de 1926, como
Svetlana Stalina, a filha mais nova do ditador já adotara o sobrenome da mãe
(Alliluyeva) após a morte dele, em 1953. Em 1970, após a fuga e de se casar
pela quarta vez, tornou-se Lana Peters e lançou a biografia “Twenty letters to
a friend”.
Nas
memórias, ela conta como o pai mandou seu namorado, um cineasta judeu, para a
Sibéria e a esbofeteou ao saber que iria se casar com um estudante judeu. Ela
teve mais dois maridos, e a morte do terceiro, um indiano, serviu de álibi para
a fuga. Ao levar suas cinzas para Nova Délhi, ela se refugiou na embaixada
americana. Nos EUA se casou e teve uma filha. Os dois filhos dos casamentos
anteriores haviam ficado na União Soviética.
Lana
morreu aos 85 anos, no dia 22, de câncer no cólon, no estado de Wisconsin.
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