quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Morre aos 85 anos Svetlana Alliluyeva, filha de Stalin . Para ela, que fugiu para os EUA, o pai era um ‘monstro moral e espiritual’



Lana Peters, em abril de 2010, em Richland Center, no estado americano de Wisconsin Steve Apps / AP

MADISON, Wisconsin, EUA - Em plena Guerra Fria, Svetlana Alliluyeva fugiu para os Estados Unidos e queimou o passaporte soviético, prometendo nunca mais voltar a seu país. O embaraço causado pela filha do falecido ditador Josef Stalin foi ainda maior para a então União Soviética: Svetlana afirmou que o pai era “um monstro moral e espiritual” e chamou o sistema soviético de “profundamente corrupto”.

A deserção, em 1967, não envolveu apenas a mudança de país, mas uma nova identidade: sua terceira. Batizada, ao nascer, em 28 de fevereiro de 1926, como Svetlana Stalina, a filha mais nova do ditador já adotara o sobrenome da mãe (Alliluyeva) após a morte dele, em 1953. Em 1970, após a fuga e de se casar pela quarta vez, tornou-se Lana Peters e lançou a biografia “Twenty letters to a friend”.

Nas memórias, ela conta como o pai mandou seu namorado, um cineasta judeu, para a Sibéria e a esbofeteou ao saber que iria se casar com um estudante judeu. Ela teve mais dois maridos, e a morte do terceiro, um indiano, serviu de álibi para a fuga. Ao levar suas cinzas para Nova Délhi, ela se refugiou na embaixada americana. Nos EUA se casou e teve uma filha. Os dois filhos dos casamentos anteriores haviam ficado na União Soviética.
Lana morreu aos 85 anos, no dia 22, de câncer no cólon, no estado de Wisconsin.

Nenhum comentário:

Postar um comentário