segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Gleisi teria deixado o Paraná à míngua?

Rogerio Galindo



gleisi beto
O repórter André Gonçalves revela na Gazeta do Povo desta quinta-feira que o Paraná foi o único estado a não receber empréstimos da União para enfrentar a crise. Não é pouca coisa. Sabe-se que a explicação do governo federal sempre foi a de que o estado estava em dívida e acima de limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, por isso ficava sem ajuda. Nenhum outro estado estava nesta condição?
Quando o Paraná emplacou três ministros no governo de Dilma Rousseff, inclusive a chefia da poderosa Casa Civil, houve comemoração por estas bandas. Isso porque há muita gente com a visão tortuosa de que um ministro deve “ajudar” o seu estado de origem mais do que os outros. Mentira: ministros devem trabalhar pelo conjunto da sociedade, não dando preferências a seus currais eleitorais. Isso é uma coisa. Outra é seu oposto.
O que parece se configurar, dada a notícia desta quinta, é que o governo federal estaria especificamente escolhendo o Paraná para não receber recursos. Alguém mais cínico poderia entender que a ministra Gleisi Hoffmann tem o interesse de manter à míngua a gestão de seu adversário, o tucano Beto Richa. Apostaria em deixá-lo sem recursos para que fizesse um governo frágil, o que o deixaria vulnerável em 2014.
Outra informação da Gazeta desta quinta reforça a impressão de que a decisão de dar ou não recursos para os estados (inclusive para o Paraná) é muito mais política do que técnica. Celso Nascimento afirma que o Paraná continua aparecendo como inadimplente nos registros oficiais de Brasília. No entanto, como agora Richa aceitou assinar um empréstimo que favorece o metrô de Curitiba (a única obra importante de Gustavo Fruet até o momento) isso teria sido devidamente esquecido. E as torneiras de Brasília se abriram para o Paraná.
A União tem obrigação de ser imparcial com os estados. Não pode dar ou deixar de dar dinheiro com base no partido do governante. Gleisi estaria errando se inundasse o estado de dinheiro só por ser paranaense. Caso tenha tido alguma influência na ausência de repasses, terá erado igualmente. O que, por óbvio, também não elimina a responsabilidade de Richa de ter torrado o dinheiro do orçamento e de precisar de dinheiro externo para quase tudo. Mas essa é outra história.

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