quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Irmão de ex-ministro só se entrega após revogação de prisão


Adarico Negromonte Filho é um dos braços direitos de Alberto Youssef

Sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta (14) prendeu executivos das maiores empreiteiras do País. (Marcos Bezerra/ABr)
Sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada na sexta (14) prendeu executivos das maiores empreiteiras do País. Adarico Negromonte está foragido desde então (Foto: Marcos Bezerra/ABr)
A defesa de Adarico Negromonte Filho ingressou nesta terça-feira, 18, na Justiça Federal com pedido para que a prisão temporária expedida contra ele seja revogada. Adarico é irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA) e está foragido desde a última sexta-feira, 14, quando foi deflagrada a sétima fase da Operação Lava Jato, batizada de “Juízo Final”. A defesa diz que se a prisão temporária for revogada, Adarico vai se apresentar à Polícia Federal.
O nome de Adarico foi incluído na lista de foragidos da Interpol. Ele é acusado de ser um dos braços direitos do doleiro Alberto Youssef na distribuição de dinheiro de corrupção em um esquema de desvios de recursos em contratos firmados com a Petrobrás. A defesa afirma que Adarico “não trabalha e nem trabalhou” para nenhum das empresas investigadas e também não tem “vínculo de hierarquia ou subordinação com qualquer um dos investigados” da Operação Lava Jato.
Reportagem do Estado de outubro mostrou que as investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal apontam para a existência de um esquema de transporte e até entrega de dinheiro lavado pelo grupo criminoso liderado por Alberto Youssef. Dentre os que participavam do transporte estava o irmão do ex-ministro das Cidades.
Conforme a defesa, Adarico não reside na cidade de São Paulo, mas em Registro, no interior do Estado, e a PF não teria procurado por ele em Registro. A advogada Joyce Roysen afirmou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que se a prisão for revogada, seu cliente irá se apresentar à PF. Caso contrário, a defesa afirmou que estudará outras alternativas. “Ele nunca foi intimado na sua residência. O Adarico mora há mais de 30 anos em Registro.” A criminalista afirma que seu cliente trabalhava para o doleiro Youssef, mas não detalhou qual função exercida. (Andreza Matais/AE)

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