quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Ministro Marco Aurélio suspende corte de supersalário da Câmara


Decisão do Supremo Tribunal Federal abre brecha para supersalários

Diário do Poder

min marco aurelioO ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu suspender o corte de salário de um servidor da Câmara dos Deputados que ganha acima do teto constitucional, de R$ 29.462,25, valor máximo pago aos servidores públicos. Na decisão, assinada em dezembro do ano passado, o ministro entendeu que Câmara não intimou o funcionário sobre a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que determinou o corte dos salários.
Na decisão, Marco Aurélio entendeu que Câmara dos Deputados deveria ter intimado o analista legislativo para que ele pudesse apresentar defesa no processo administrativo instaurado para cumprir a decisão do TCU. “Segundo esclarece o impetrante e corroboram as provas trazidas ao processo, a Câmara dos Deputados, em nenhum momento, intimou os servidores que podem sofrer as consequências do cumprimento da decisão do TCU a apresentarem defesa no requerido procedimento interno, de modo a estabelecer o contraditório necessário na via administrativa”, diz o ministro.
O mandado de segurança foi impetrado no STF em novembro de 2013, por um servidor que ganha R$ 34 mil e ocupa cargo de analista legislativo e função comissionada. Magno Antônio Correia de Mello alegou que o valor extra de R$ 6,7 mil que recebe a mais por exercer função comissionada não entra no cálculo do limite do teto constitucional. Segundo ele, o cálculo era baseado em decisão da Mesa da Câmara. Como funcionário efetivo, o analista recebe R$ 28 mil e passou.
A Câmara dos Deputados já recebeu a notificação do Supremo sobre a decisão liminar a favor do funcionário. Agora, além de retomar o salário acima do teto constitucional para o servidor, a Mesa Diretora da Casa pode optar por estender os efeitos da decisão para todos os 1.371 servidores que tiveram os salários reduzidos desde o mês de outubro, quando a decisão TCU começou a ser aplicada. O assunto, no entanto, deverá ser decidido somente em fevereiro, quando os deputados retornam ao trabalho depois do recesso parlamentar

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