Zé Beto
Funciona assim. Num dia a ministra Gleisi Hoffmann, chefe da
Casa Civil da presidência da República, dá entrevista a uma rádio do
Interior, no caso a Colméia, e descasca o governador Beto Richa do PSDB,
repetindo que, sob o comando dele, o
estado sofre de “incompetência administrativa”. Defende o governo
federal dizendo que não foi possível investir mais porque faltaram
projetos do governo do Paraná. “Nós tivemos, infelizmente, um vazio, um
deserto de propostas e projetos por parte do governo do Estado que nos
impediu de avançar”. Defendeu também o ataque aos três ministros do
Estado, dizendo lamentar “ que ele tenha que se justificar dessa
maneira, justificando uma incapacidade, até mesmo uma incompetência
administrativa, colocando culpa em outras pessoas”.
Hoje o governador Beto Richa entrou no ar na mesma rádio, de
Cascavel, e respondeu descendo a ripa na ministra. Acusou-a de usar o
cargo para fazer politicagem e discriminar o Estado que lhe deu o
mandato de senadora. “Picuinhas políticas não podem interferir no
desenvolvimento do Paraná”, afirmou. Os empréstimos barrados em Brasília
foram a pedra de toque no ataque. “É um crime contra o Estado”. Richa
disse que precisou telefonar para a presidente Dilma Rousseff na última
quarta-feira para saber por que o Paraná ainda não conseguiu os R$ 817
milhões do Proinvest. “A ministra da Casa Civil não podia estar
defendendo o nosso Estado?”, questionou. Ele informou que entrou com uma
ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a liberação do
empréstimo que já havia sido autorizado. Para Richa, a atuação de Gleisi
só causa prejuízo aos paranaenses, não só pelos financiamento barrados.
Sob a responsabilidade de Gleisi, a concessão da BR-163 acaba na divisa
do Mato Grosso com o Paraná, onde há maior volume de tráfego. Lembrou
ainda que a ministra defendeu a construção de uma estrada de ferro até
Maracaju (MS) que desviava as cargas de Paranaguá para o porto de São
Francisco em Santa Catarina. “Um prejuízo incalculável”
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