segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Dilma vai a Cuba inaugurar porto financiado com empréstimo sigiloso do BNDES



Dilma vai a Cuba inaugurar porto financiado com empréstimo sigiloso do BNDES

Dilma vai a Cuba inaugurar porto financiado com empréstimo sigiloso do BNDES

Depois de participar do Fórum Econômico Mundial na Suíça, a presidente Dilma Rousseff viaja neste fim de semana para Cuba, onde cumprirá uma agenda de eventos com países da América do Sul, Central e do Caribe. Entre os compromissos de Dilma na ilha caribenha está um encontro, na próxima segunda-feira, com o presidente cubano Raúl Castro. Na ocasião, Dilma e Castro irão inaugurar a primeira fase do Porto de Mariel. A obra conta com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de mais de US$ 500 milhões.
O valor total do investimento do governo brasileiro em obras na ilha de Cuba, entretanto, dificilmente será totalmente conhecido, já que o Palácio do Planalto impôs sigilo completo às operações de empréstimos feitos pelo BNDES ao poder federal cubano. Em audiência realizada no Senado no final do ano passado, o senador Alvaro Dias questionou o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, sobre o motivo de o governo ter imposto a tarja de sigilo a essas operações, e o dirigente, na ocasião, defendeu o caráter sigiloso dos empréstimos “por observância à legislação do país de destino do financiamento”.
Após a fala de Coutinho, o senador Alvaro Dias rebateu os argumentos do presidente do BNDES e lhe deixou um questionamento: “então, deve o Brasil emprestar dinheiro nessas condições, atendendo às legislações dos países que tomam emprestado, à margem de nossa legislação de transparência absoluta na atividade pública?”.
Como destacou o jornalista José Casado, do jornal “O Globo”, em artigo publicado alguns dias após a audiência, após a pergunta do senador Alvaro Dias, “o silêncio de Luciano Coutinho ecoou no plenário”. O jornalista, em seu artigo, concluiu afirmando que “o governo Dilma Rousseff avança entre segredos e embaraços nas relações com tiranos”.

Alvaro Dias

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