terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Governo identifica 300 crianças com hanseníase em escolas públicas do Brasil

 

JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA

O governo identificou 300 crianças e adolescentes com hanseníase em escolas públicas do país no ano passado. A descoberta ocorreu a partir de uma campanha nas instituições de ensino, e o Ministério da Saúde decidiu repetir a mobilização neste ano.
Dados ainda preliminares indicam o registro no país, em 2013, de 1.866 casos de hanseníase em menores de 15 anos. As informações fechadas para o ano de 2012 apontam para a ocorrência de cerca de 33 mil casos da doença em todas as faixas etárias.
A Saúde estima ter alcançado 20 milhões de pessoas com a campanha nas escolas.
Este ano, a campanha escolar será feita em maio em cerca de 1.000 cidades tidas como prioritárias por terem altas taxas de hanseníase. Em 2013, a busca ativa ocorreu em cerca de 800 municípios, distribuídos principalmente em Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Na campanha, os estudantes recebem panfletos orientando a busca de manchas por meio de um autoexame (no caso de crianças pequenas, o exame deve ser feito pelos pais). Jovens que identificam manchas são encaminhados ao serviço de saúde, explicou Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde.
Identificar uma criança doente significa uma provável fonte de infecção na mesma residência, com adultos doentes ainda não diagnosticados, segundo Artur Custodio, coordenador nacional do Morhan (Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase).
Barbosa diz que não estão fechados os dados de quantas pessoas doentes estão associadas às 300 crianças diagnosticadas pela escola.
Por causa do dia mundial contra a hanseníase, celebrado no final de janeiro, o Ministério da Saúde lança hoje uma campanha de alerta sobre a doença. Serão usados cartazes, panfletos e informações divulgadas nas rádios.
O coordenador do Morhan critica a falta de uma campanha na TV e a ausência de campanhas nacionais nos anos anteriores. Custodio diz que é positiva a busca ativa de estudantes com hanseníase, menos pelo número de diagnósticos e mais pelo caráter educativo da ação.
Segundo ele, ações organizadas por entidades independentes do governo identificaram ainda mais casos de hanseníase que a campanha escolar de 2013.

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