segunda-feira, 6 de maio de 2013

Sem apontar mandante, júri do caso PC Farias começa opondo teses de paixão e queima de arquivo


Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió

Sangue, corrupção e mentira marcam trajetória de PC Farias

Paulo César Farias era o nome por trás do "Esquema PC", rede de corrupção responsável pelo primeiro impeachment da história do Brasil, o do presidente Fernando Collor em 1992. PC foi tesoureiro da campanha presidencial e depois intermediou interesses privados junto a órgãos federais, além de bancar gastos particulares de Collor. Ele fugiu do país em 1993, mas foi capturado em Bancoc (Tailândia). Em liberdade condicional, PC foi assassinado em 1996 ao lado de sua namorada, Suzana Marcolino Folhapress
A partir das 13h desta segunda-feira (6), sete jurados vão começar a decidir o destino dos quatro seguranças acusados da morte do empresário Paulo César Farias e de sua namorada, Suzana Marcolino. Apesar de a denúncia não dar nomes de autores material e intelectual do crime, o julgamento trará à tona o debate de um dos mais misteriosos casos policiais da história brasileira.
Duas perícias oficiais se contrapõem e apontam caminhos completamente distintos para as mortes, ocorridas na madrugada de 23 de junho de 1996, na casa de veraneio do ex-tesoureiro de Fernando Collor de Mello, em Guaxuma, litoral norte de Maceió.
No banco dos réus estarão os policiais militares Adeildo Costa dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva, que vão a julgamento na 8ª Vara Criminal de Maceió.

Com 27 testemunhas convocadas a depor, o julgamento deve durar toda a semana e confrontar teses: a de crime passional e a de duplo assassinato --que remeteria, inevitavelmente a uma queima de arquivo.
A segunda tese ganha força quando levado em conta que PC iria depor na CPI das Empreiteiras, quatro dias após sua morte, e sua fala era aguardada com grande expectativa. O primeiro dos laudos, feito por uma equipe de 11 peritos, apontou para crime passional, com homicídio seguido de suicídio.
A tese foi corroborada pela primeira equipe policial de investigação e é a tese que será defendida pela defesa dos acusados, que alega inocência dos quatro militares. Já a acusação se baseia em uma segunda perícia, que apontou para duplo homicídio, com a participação dos policiais militares.

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