Novo presidente da Câmara troca o gestor que comandava a Casa havia nove anos. Recadastramento de servidores começa hoje e termina em 15 de maio
A primeira medida oficial do presidente da Câmara de Curitiba, João Luiz Cordeiro (PSDB), para dar mais transparência ao Legislativo municipal foi trocar o diretor-geral da Casa. Vinicios José Bório, servidor de carreira da prefeitura há 21 anos, assumiu ontem o cargo que era de José Domingos Borges Teixeira, que atuou nos últimos nove anos na função (mais da metade da gestão ininterrupta de 15 anos do ex-presidente da Casa João Cláudio Derosso). João Cordeiro, também conhecido como João do Suco, ainda anunciou o recadastramento de todos os servidores (comissionados e concursados) a partir de hoje e a contratação de 28 pessoas que passaram em concurso.
De acordo com Cordeiro, a escolha de Bório em vez de servidor de carreira se deve à necessidade de ter alguém de confiança em um cargo de direção. O novo diretor trabalhou com o atual presidente da Câmara quando ele ocupou um cargo na administração da Regional do Pinheirinho da prefeitura. “Preciso de alguém que acredite nas propostas e que seja competente para agir com a mesa-executiva e diretores”, disse Cordeiro.
Chico Marés
O ex-diretor geral da Câmara de Curitiba José Domingos Borges Teixeira esteve no cargo durante grande parte dos 15 anos da gestão do ex-presidente da Casa João Cláudio Derosso (PSDB). Procurado pela reportagem, o ex-diretor não soube precisar desde quando atuava na função, mas disse que assumiu o cargo por volta de 2003 – há nove anos, portanto.
Zé Domingos, como é conhecido, era fortemente ligado a Derosso. Antes de ser diretor-geral, havia trabalhado no gabinete do tucano. Segundo o próprio Domingos, a ligação com a família do ex-presidente vem desde o tempo que o pai de atual vereador, João Derosso, também tinha mandato na Câmara.
Entre 1974 e 1978, Derosso pai e Domingos foram colegas como vereadores. Em 1978, o ex-diretor-geral foi eleito deputado estadual. Em 1982, tentou a reeleição, mas não obteve sucesso. Passou então a trabalhar com Derosso pai e, depois, com o filho. Filiado ao PSB, ele tentou voltar a política nas últimas eleições estaduais, candidatando-se a deputado estadual em 2006 e a deputado federal em 2010. Não conseguiu se eleger em ambas as tentativas.
Radialista, Zé Domingos também se destacou no mundo do futebol. Ele foi vice-presidente do Paraná entre 2003 e 2007, período em que também ocupou a direção-geral da Câmara. À época o clube era presidido por José Carlos de Miranda – que terminou a gestão sendo acusado de se beneficiar com a venda de jogadores do clube.Ações mais drásticas – como a demissão do excesso de servidores comissionados (de indicação política) ou a exoneração de eventuais “fantasmas” – devem ocorrer somente após o término do recadastramento dos funcionários. “A partir do final do relatório, previsto para 15 de maio, teremos um panorama mais completo. Atualmente, minha preocupação é saber quem são os servidores, pois são eles que conduzem o trabalho do vereador”, disse João do Suco.
Na avaliação de Bório, sua experiência administrativa vai auxiliar na gestão da Casa, inclusive na revisão de todos os contratos da Câmara ou na melhoria da atuação dos servidores. “O recadastramento não está ocorrendo para descobrir irregularidades, mas para poder enquadrar todos e buscar um melhor aproveitamento do efetivo da Câmara”, explica. Com isso, o novo diretor considera ser possível tornar a instituição mais efetiva, com a redução dos gastos de custeio e melhoria na aplicação de recursos.
Bório também prometeu melhorar o atual Portal da Transparência no site da Câmara. “Todos os gastos serão publicados, assim como as prestações de conta. Tenho certeza de que a transparência que já existe será aprimorada.”
Repercussão
A troca de diretor agradou tanto os partidos da base aliada quanto a oposição. A bancada oposicionista vê com bons olhos a troca na direção e o recadastramento de servidores. “Imagino que teremos um diretor-geral presente, fazendo com que as responsabilidades sejam levadas a sério”, disse o líder da bancada do PT na Câmara. O líder do prefeito na Câmara, Roberto Hinça (PSD), considera positiva a contratação de um novo diretor-geral. “Desde a eleição, ele [João do Suco] já falava sobre a necessidade de alterar o responsável pela função”, afirma.
De acordo com Cordeiro, a escolha de Bório em vez de servidor de carreira se deve à necessidade de ter alguém de confiança em um cargo de direção. O novo diretor trabalhou com o atual presidente da Câmara quando ele ocupou um cargo na administração da Regional do Pinheirinho da prefeitura. “Preciso de alguém que acredite nas propostas e que seja competente para agir com a mesa-executiva e diretores”, disse Cordeiro.
Perfil
Demitido é aliado da família do ex-presidente desde a década de 70Chico Marés
O ex-diretor geral da Câmara de Curitiba José Domingos Borges Teixeira esteve no cargo durante grande parte dos 15 anos da gestão do ex-presidente da Casa João Cláudio Derosso (PSDB). Procurado pela reportagem, o ex-diretor não soube precisar desde quando atuava na função, mas disse que assumiu o cargo por volta de 2003 – há nove anos, portanto.
Zé Domingos, como é conhecido, era fortemente ligado a Derosso. Antes de ser diretor-geral, havia trabalhado no gabinete do tucano. Segundo o próprio Domingos, a ligação com a família do ex-presidente vem desde o tempo que o pai de atual vereador, João Derosso, também tinha mandato na Câmara.
Entre 1974 e 1978, Derosso pai e Domingos foram colegas como vereadores. Em 1978, o ex-diretor-geral foi eleito deputado estadual. Em 1982, tentou a reeleição, mas não obteve sucesso. Passou então a trabalhar com Derosso pai e, depois, com o filho. Filiado ao PSB, ele tentou voltar a política nas últimas eleições estaduais, candidatando-se a deputado estadual em 2006 e a deputado federal em 2010. Não conseguiu se eleger em ambas as tentativas.
Radialista, Zé Domingos também se destacou no mundo do futebol. Ele foi vice-presidente do Paraná entre 2003 e 2007, período em que também ocupou a direção-geral da Câmara. À época o clube era presidido por José Carlos de Miranda – que terminou a gestão sendo acusado de se beneficiar com a venda de jogadores do clube.
Na avaliação de Bório, sua experiência administrativa vai auxiliar na gestão da Casa, inclusive na revisão de todos os contratos da Câmara ou na melhoria da atuação dos servidores. “O recadastramento não está ocorrendo para descobrir irregularidades, mas para poder enquadrar todos e buscar um melhor aproveitamento do efetivo da Câmara”, explica. Com isso, o novo diretor considera ser possível tornar a instituição mais efetiva, com a redução dos gastos de custeio e melhoria na aplicação de recursos.
Bório também prometeu melhorar o atual Portal da Transparência no site da Câmara. “Todos os gastos serão publicados, assim como as prestações de conta. Tenho certeza de que a transparência que já existe será aprimorada.”
Repercussão
A troca de diretor agradou tanto os partidos da base aliada quanto a oposição. A bancada oposicionista vê com bons olhos a troca na direção e o recadastramento de servidores. “Imagino que teremos um diretor-geral presente, fazendo com que as responsabilidades sejam levadas a sério”, disse o líder da bancada do PT na Câmara. O líder do prefeito na Câmara, Roberto Hinça (PSD), considera positiva a contratação de um novo diretor-geral. “Desde a eleição, ele [João do Suco] já falava sobre a necessidade de alterar o responsável pela função”, afirma.
Esclarecendo: Todo presidente da Câmara, que toma posse, tem o direito de mudar a sua diretoria, seja ela a diretoria geral, ou, as demais diretorias. Assim aconteceu, com Donato Gulin, João Gnoato, Horácio Rodrigues, Iris Simões, Mario Celso, Jorge Bernardi, João Claudio Derosso e agora João do Suco.
O diretor geral da Câmara é o único cargo em comissão da diretoria, que pode ser ocupado por pessoa, que não seja funcionário de carreira da Casa. Os demais, graças ao Derosso, só podem ser ocupados por funcionários de carreira, pois antigamente, o presidente da Casa, podia nomear qualquer pessoa para ser diretor de algum departamento da Câmara, tirando a oportunidade dos servidores de carreira, de um dia ocupar uma diretoria.
Então, não entendo o motivo de tanto alarde para a saída do meu amigo José Domingos. Etâ retaliação.
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