O governo do Estado firmou nesta sexta-feira um pacto com outros
poderes e instituições para implantar no Paraná um novo modelo de
gestão da execução penal. O objetivo é reduzir a superlotação nos
presídios e ampliar o acesso dos detentos à escolarização e à
profissionalização, reduzindo a reincidência e os índices de violência.
Batizada de Pacto Movimento Mãos Amigas pela Paz, a iniciativa
envolve, além do Executivo, os poderes Legislativo e Judiciário, o
Ministério Público, a Defensoria Pública do Paraná, a Ordem dos
Advogados do Brasil-OAB/PR e a comunidade.
Durante a solenidade de formalização do pacto, realizada no Palácio
da Justiça, em Curitiba, o governador Beto Richa sancionou uma série de
leis que permitem operacionalizar as ações propostas. “Essas leis vão
assegurar a efetivação do pacto e a melhoria do sistema penal do Estado
do Paraná”, disse Richa. “É um exemplo de soma de esforços de órgãos
dos três poderes, de entidades organizadas e de toda sociedade”,
afirmou.
Entre as leis sancionadas pelo governador está a que autoriza o
Governo do Estado a firmar convênios com as Associações de Proteção e
Assistência aos Condenados (Apacs), entidades civis sem fins lucrativos
que poderão administrar unidades penais de pequeno porte, destinadas a
presos considerados de menor periculosidade, especialmente os
condenados a cumprimento de penas em regime semiaberto.
A mesma lei autoriza convênios com as Associações de Prevenção,
Atenção e Reinserção Social de Usuários e Dependentes de Drogas
(Apads), que atuarão em espaços construídos pelo poder público para
atendimento a usuários de drogas.
Richa também sancionou a lei que altera o Fundo Penitenciário do
Paraná (Fupen). Com a mudança, recursos oriundos de penas de multa
aplicadas pela Justiça – que hoje vão para o Fundo Penitenciário
Nacional – passarão a ser depositados no Fundo Penitenciário Estadual.
Eles irão reforçar o orçamento do sistema penitenciário do Paraná e
poderão ser aplicados, por exemplo, na remuneração de presos que
trabalham.
CENTRAL DE VAGAS – O governador assinou ainda resolução que cria a
Central de Vagas do Sistema Penal do Estado. Com a central, o
gerenciamento das vagas nas unidades penais do Paraná passa do Poder
Judiciário para a Secretaria da Justiça, que poderá ter controle do
número de condenados que aguardam vaga no sistema “Isso permitirá
organizar a lista de espera e selecionar os presos para inclusão no
sistema por critérios como região, faixa etária, natureza do crime e
escolarização”, explica a secretária de Justiça, Cidadania e Direitos
Humanos, Maria Tereza Uille Gomes. Segundo ela, a central deve entrar
em funcionamento em 30 dias.
Também foi criada a Central de Alvarás de Soltura e Mandados de Prisão, que dará agilidade ao cumprimento dessas medidas.
O governador também assinou leis que criam uma Vara de Execuções
Penais em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, e a 2º Vara
Cível na Comarca de Cambé, na região Norte do estado.
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