O cruzamento das informações prestadas em depoimento à Justiça pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e pelo doleiro Alberto Youssef, com os dados da campanha eleitoral de 2012, permitem verificar que parte dos recursos desviados através do esquema conhecido como “Petrolão” irrigou a campanha milionária do petista Professor Lemos à Prefeitura de Cascavel.
Segundo os áudios dos depoimentos, a propina cobrada das empreiteiras beneficiadas nas licitações era de 3%, dos quais 2% se destinavam ao PT e 1% para o PMDB ou PP. Treze empreiteiras foram citadas no depoimento como participantes do esquema, entre elas a Camargo Corrêa, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, UTC Engenharia e Mendes Junior.
Foi um grande esquema de corrupção que envolveu as diretorias da empresa na cobrança de propina para abastecer partidos políticos, durante os governos Lula e Dilma. Youssef confirmou ao juiz federal Sérgio Moro que sem propina, não tinha contrato.
DINHEIRO PARA LEMOS
A campanha do petista Professor Lemos à Prefeitura de Cascavel, em 2012, foi fartamente irrigada com recursos repassados diretamente pelo PT ou por pelo menos duas empreiteiras citadas por Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef. Uma consulta ao site do TRE permite verificar que foram exatos R$ 1.148.492,00 repassados a Lemos diretamente pelo PT estadual e nacional, além de outros R$ 200 mil doados diretamente pela OAS e UTC.
O candidato do PT, José Lemos, que disputou a Prefeitura tinha tanto dinheiro em sua campanha que houve até mesmo um suposto assalto ao comitê, até hoje não devidamente explicado. O advogado Paulo Pegoraro Junior pediu à época a investigação do roubo e entende que o Partido teria de explicar por que o dinheiro não estava em uma conta bancária como determina a legislação.
Segundo ele, o Tribunal Superior Eleitoral determina que o fundo de caixa autorizado – reserva para ser usada para as despesas de comitês – é de no máximo R$ 20 mil. Durante o assalto, teriam sido levados pelo menos R$ 50 mil que estavam no local, segundo admitiu o próprio PT.
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